Mau sinal

13/04/2019 00:00
Atualizado 03/07/2023 | 11:58

Em 1992, governador do Piauí, Freitas Neto recebeu para uma conversa o subsecretário de Justiça, Tadeu Matos, encarregado de negociar reivindicações de presos. Freitas aconselhou Tadeu a ceder em alguns pontos, mas adiar por pelo menos 30 dias a implementação das medidas em favor dos detentos. A razão disso era mostrar quem estava no comando. Pois bem, passados 27 anos, o bom senso de não implementar medidas no fragor da hora, notadamente pelo governo, parece não ter sido apreendido tão facilmente, pelo menos no governo do presidente Bolsonaro, que cede fácil diante de pressões, por ínfimas que sejam. O caso da determinação do presidente de suspender um reajuste que a Petrobras iria dar ao diesel nas refinarias é o último exemplo dessa condição de hesitação do governo, que cede a uma pressão de caminhoneiros e sinaliza que o estado poderá manter uma ingerência deletéria sobre a Petrobras. É um mau sinal não apenas para o mercado, mas para outros atores sociais e políticos, que certamente vão enxergar no recuo uma fraqueza para ampliar suas pressões sobre o governo e obter acolhimento às suas reivindicações, que nem sempre são boas para o Brasil. Assim, fica a impressão de que se pode agir com o governo como se faria com uma cerca de arame farpado: se fraco, passa-se por cima, se forte, passa-se por baixo.

Vereadora Teresinha Medeiros oferece café em mercado público para mulheres (Foto: reprodução Facebook)

Açude

Nas colunas dos dias 23 de fevereiro e 4 de março, se denunciou que alguma coisa muito estranha estava acontecendo para que o açude Joana, em Pedro II, seguisse seco, mesmo com chuvas torrenciais. Ontem, a suspeita do colunista se confirmou.

Barragens

Segundo o superintendente de Recursos Hídricos da Secretaria de Meio Ambiente, Romildo Mafra, seis pequenas barragens foram construídas no rio Corrente, acima do açude. As barragens impedem que a água chegue ao açude, que com toda a chuva caída estava ontem com somente 45% da sua capacidade.

De longe

Rejane Dias deve ficar mesmo em Brasília, o mais distante possível, pelo menos fisicamente, da Secretaria da Educação, palco de uma série de irregularidades que levaram a Polícia Federal à sede de pasta duas vezes em menos de seis meses.

Baralho

A deputada federal diz que é carta fora do baralho na escolha do ocupante do cargo principal na secretaria, levando até ao pedido de exoneração pelo ex-lugar-tenente da primeira-dama, o advogado Helder Jacobina.

Reforço

Wilson Martins tem sido sondado para retomar ao PSDB, partido pelo qual foi deputado estadual e vereador em Teresina. Ele não deu resposta, mas o sobrinho do ex-governador, o ex-deputado federal Rodrigo Martins, parece disposto a ir para o ninho tucano.

Voluntário

O deputado estadual Henrique Pires se mexe dentro do MDB para viabilizar seu nome como candidato a prefeito de Teresina, próximo ano.
Entende que o partido deve discutir internamente as possibilidades dos seus para só depois ver se lhe interessa atrair nomes de fora.

O convite

Mainha disse na televisão que recebeu convite de Wellington para ser secretário. Dizendo assim, é só para se valorizar porque sua indicação foi feita logo depois das eleições pelo senador Ciro Nogueira para ampliar seu naco de poder no governo.

Sem título

Quem conhece a política ambiental e sabe dos grandes problemas do meio ambiente, tem tido pesadelo quando houve falar que o próximo secretário da pasta será o suplente Mainha.
Porque ele não tem qualquer afinidade nem know-how para atuar na área.

Senha

No hospital Lineu Araújo a situação deve ser tão periclitante que a senha de atendimento dos pacientes, anteontem, era feita em papelão.
E os pacientes ainda são instados a devolver a senha.

Prisão ilegal?

O juiz Antônio Oliveira, da 1ª Vara Criminal de Piripiri, mandou soltar o preso que aparece em vídeo sendo torturado por dois policiais militares dentro da delegacia em Piripiri.
A justificativa do magistrado seria embasada no fato de a prisão ter sido ilegal, ainda que o sujeito tenha sido acusado do roubo de duas motos.

Quem perde

A cena dantesca é de dois PMs torturando um indivíduo algemado, preso e, portanto, imobilizado, nas dependências de um espaço público. A tortura não se justifica, pois é crime inafiançável, mas não se deve esquecer que o preso é um assaltante, que estava ali depois de ter roubado duas motos.

Sem isenção

Então, puniram os torturadores, mas mesmo assim o torturado, pela situação exposta, não pode ser isentado do seu crime.
Porque nesse caso quem termina verdadeiramente punida é a sociedade. Duplamente.

Dois pesos

Olha só, o TCE que aprovou as contas de Rejane Dias (exercício e 2016) na Secretaria de Educação foi rigoroso com o sucessor dela, o ex-secretário Helder Jacobina.
O tribunal aprovou seis tomadas de contas para serem auditadas na gestão de Jacobina.
Haja desassossego.

Audiência inócua

Foi ontem, a audiência do reitor Nouga Cardoso e o comando de greve dos professores da Uespi com o desembargador Ricardo Gentil Eulalio.
O governo pediu que a greve fosse considerada pelo Tribunal de Justiça, mas da reunião não resultou nada. A greve continua.

Café na Piçarra

A vereadora Teresinha Medeiros oferece café da manhã, no Mercado da Piçarra, para mulheres. Como que procurando exaltar a força da mulher.
Estão confirmadas algumas figuras importantes da turma do baton, como Margarete Coelho, Lucy Soares, Samantha Cavalca e Graça Amorim.
Às sete horas.

Tá vendo, Gustavo

Alguém precisa dizer ao deputado Gustavo Neiva (PSB) que não é só ele quem tem que acordar de madrugada para tentar chegar primeiro e se inscrever para discursos, na Assembleia Legislativa.
Na Câmara de vereadores, figuras ilustres como Cida Santiago, correm até riscos na madrugada, para reservar seu lugar na tribuna.

Ping-Pong

Agora ficou russo

Na roda do café São Braz, no Teresina Shopping, conversam o professor Apurian e um empreiteiro da construção civil. O assunto é a dificuldade de acesso ao espaço cidadania, no Shopping Rio Poty.

Apurian: "O problema é que agora mais um órgão público se instalou lá. A Polícia Federal está com um posto no shopping...”
O empreiteiro: “Pois agora alguns empresários, o pessoal do governo e muitos prefeitos vão ter dificuldades de andar por lá”.