Paz e serviço pelo país

Paz e serviço pelo país

O presidente eleito Jair Bolsonaro tem tratado de reduzir a temperatura elevada da campanha. Tem feito uma série de esforços verbais com o fito de pacificar o país, acenando para conversações mais do que necessárias a um bom desempenho dele próprio na condução do seu projeto político. Nos pronunciamentos que fez até aqui, Bolsonaro tem reafirmado sua disposição de seguir à risca a Constituição, valendo-se dela até mesmo para indicar que vai preferir um governo de perfil mais técnico, posto que tem dito que constitucionalmente estaria impedido de usar cargos como moeda de troca – uma recorrência no presidencialismo de coalizão que o país vive desde a redemocratização. Promete fazer um país que una a todos; fazer um país sem o toma-lá-dá-cá, sem colocar dinheiro público como moeda de troca. É esperar para ver, porque o apoio do Congresso não costuma ser dado em razão de posturas ideológicas ou programáticas. Será tarefa bem difícil acabar com essa prática nefasta de congressistas, bancadas ou partidos oferecer apoio em troca de Ministério de ‘porteira fechada’ e não só distribuir cargos, como as verbas entre os seus camaradas. Foi contra isso que o povo foi às ruas apoiar o candidato que saiu vitorioso. E, por causa disso, Bolsonaro será profundamente vigiado. Será vigiado pelo próprio eleitor que espera dele a mudança radical em tudo, principalmente no fazer política. Se não fizer o que prometeu, vai se ver com seus próprios eleitores.

Haddad ganhou nos 224 municípios do Piauí, onde a oposição não garantiu tanto voto a Bolsonaro (Foto: reprodução Facebook PT)

Mapa vermelho

Bolsonaro não ganhou de Fernando Haddad em nenhum dos 224 municípios do Piauí. A maior proporção deu-se em Guaribas. A menor votação do petista deu-se em Teresina, com 62,53% dos votos. Em Parnaíba foi perto disso, com 62,51%. Quanto menores as cidades, maior a votação de Haddad.

Cidade vermelha

Em Guaribas, a cidade que o PT fez símbolo do malfadado Fome Zero e não tirou o povo da miséria, Fernando Haddad teve 97,99% dos votos, 2.879 no total. Bolsonaro contentou-se com 2,01% ou 59 votos, um voto a mais que o obtido no 1º turno, quando 58 cidadãos guaribenses votaram no presidente eleito.

Vergonha alheia

A oposição no Piauí é muito ruim de voto. Juntaram-se para apoiar Bolsonaro os candidatos derrotados Dr. Pessoa, Luciano Nunes, Robert Rios e Vein Trabalhador. Bolsonaro saiu de 18,76% (346,9 mil) para 22,95% (422 mil votos). Ou seja, um pouco mais que margem de erro de pesquisa.

Bom de voto

Haddad teve 63,40% (1,172 milhão de votos) no primeiro turno e chegou a 77,06% (1,417 millhão de votos). Acresceu 245 mil votos à sua campanha – algo como mais que a votação de duas Parnaíba.

Chapa única

Wellington Dias defende chapa única na disputa pela Presidência da Assembleia Legislativa. 
Olha aí, já começa a dar sinais de que apoia o nome de Themistocles Filho, porque esse vem se elegendo há vários mandatos em chapa única. 
Com exceção na última vez que disputou (e ganhou) com o Fábio Novo.

Evitando o pior

Pregando o lançamento da chapa única no legislativo o governador Wellington Dias pode estar tentando evitar dissabores, como ocorreu no apoio renitente a Fábio Novo quatro anos atrás, que, depois de reunião com 22 deputados presentes, no bar Canecas, foi dormir vitorioso e acordou derrotado.

Carrapeta

A vitória de Themistocles foi tão acachapante que deixou seu aliado, o deputado João Madison, correndo e rodopiando que nem carrapeta, no plenário do Legislativo.
Madison dava tanto pulo que parecia estar enfartando. 

O cara

O advogado piauiense Homonnai Jr tem estreitas ligações com o governador eleito do Distrito Federal, Ibaneis Júnior (MDB). 
Não sendo parte da equipe, ou seja, do primeiro time, ainda assim Homonnai terá forte influência na gestão.

Na fila

A coluna apurou que é grande a fila de candidatos derrotados em seus estados, inclusive e principalmente no Piauí, atrás de emprego no governo Ibaneis Rocha, do Distrito Federal. 
“Mas Ibaneis é habilidoso”, soprou um amigo dele, mostrando que será fácil ele se desvencilhar desses pedintes.

Puxadinho

A Secretaria de Educação estadual parece um puxadinho da Polícia Militar. São tantos os militares, a começar pelo coronel Ronald, aboletados em cargos da repartição. 
Enquanto isso o povo se queixa que não há policiamento nas ruas.

Estilo pancadão

Paulo Guedes, o homem escolhido para a área econômica, quis mostrar a uma jornalista do Clarín, da Argentina, que ele está mais afinado nos modos (grosseiros) do presidente do que propriamente no assunto de economia.

Soco

“O Mercosul não é prioridade... Queria ouvir isso?... Você tá vendo que tenho estilo que combina com o do presidente”.
Quando seu ‘projeto’ desandar vai ser o primeiro a afundar.

Franzé

O deputado estadual eleito Franzé Silva garantiu ontem que quer começar desempenhando o mandato na Assembleia Legislativa. Acha que já passou tempo demais na gestão. Ser deputado é coisa nova. 
Só se Wellington Dias forçar a barra para que ele assuma cargo no executivo.

Previdência

Franzé falou que uma das formas de reformar a Previdência estadual, tapando o rombo, seria abrir um fundo com dinheiro da cessão de terras do Estado, nas parcerias público privadas.

Ping-Pong 

Voto de doido

Candidato à Câmara nesta eleição, o ex-vereador Edson Melo encontra o vereador e humorista João Cláudio Moreno, que não vai disputar a reeleição. 
João Cláudio: “E aí, Edson, eu estou largando e você está querendo voltar?” 
Edson: “Já que você não é mais candidato, me arranje mil votos?” 
João Cláudio: “Isso é muito difícil porque eu não sei quem foram os doidos que votaram em mim”.

Originalmente publicado em 6 de junho de 2008. 

Expressas 

15 pessoas ficaram feridas em 16 acidentes registrados pela Polícia Rodoviária Federal durante o segundo turno das Eleições Gerais de 2018.

As agências financeiras aguardam pela manutenção da taxa básica de juros, a Selic, em 6,5% ao ano. 

Começou ontem o processo de aditamento dos contratos do novo Fundo de Financiamento Estudantil (FIES).

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