Depressão e anemia severa têm sintomas semelhantes

Cansaço constante, energia reduzida e falta de vontade para realizar atividades que costumavam dar prazer são sintomas iniciais da depressão. De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), mais de 300 milhões de pessoas no mundo sofrem com o transtorno que, no Brasil, já é considerado problema de saúde pública. O país tem a maior prevalência de diagnósticos na América Latina, com 5,8% da população afetada, segundo o último mapeamento da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Até 2030, a depressão deve se tornar a doença mais comum do mundo, afetando mais pessoas do que qualquer outro problema de saúde, como informa a OMS. Deve-se estar alerta aos sinais, pois a doença possui sintomas comuns a outras patologias, que podem confundir o paciente. É o caso da anemia que, em um quadro mais severo, também pode causar angústia, cansaço, falta de energia, ansiedade e desânimo.

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Cerca de 30% da população mundial é anêmica, segundo dados da OMS. O Ministério da Saúde aponta que, no país, mais de 20% das crianças abaixo de cinco anos e 29% das mulheres adultas apresentam a doença. Estima-se que 50% da população tenha carência de ferro.

Anemia não é apenas deficiência de ferro

Segundo a Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH), a anemia é uma doença que reduz a quantidade de glóbulos vermelhos, responsáveis pelo oxigênio dos órgãos, no organismo. A causa mais frequente é a deficiência de ferro. Entretanto, também pode ser resultado da carência de outros nutrientes essenciais, como o zinco e a vitamina B12, da perda de sangue ou consequência de outras doenças.

O tratamento para anemia vai depender do diagnóstico médico, que irá determinar e corrigir a causa. Quando causada pela carência de nutrientes, a orientação é seguir uma dieta rica e equilibrada aliada à suplementação. O Noripurum para anemia pode ser indicado para quem necessita de uma reposição rápida de ferro.

Já no caso da anemia falciforme, doença hereditária caracterizada pela deformação dos glóbulos vermelhos, o tratamento é baseado em prevenir as crises de dor e reduzir lesões nos órgãos alvo. O controle pode ser feito com medicamentos ou, nos casos graves, com a transfusão de sangue. Os pacientes também precisam evitar exercícios pesados, ingerir bastante líquido e seguir uma dieta balanceada.

Atenção aos sintomas

Além de sintomas similares, a anemia e a depressão têm influência mútua. Segundo o Ministério da Saúde, entre os sinais da primeira estão o cansaço generalizado e a menor disposição para o trabalho. Uma pessoa constantemente cansada, com dor ou debilitada devido à anemia é mais suscetível ao sentimento de tristeza e à perda de interesse nas atividades cotidianas, sinais característicos da depressão. 

Diante das similaridades sintomáticas, procurar ajuda médica possibilita o diagnóstico médico correto e o tratamento precoce, prevenindo a progressão da doença e mitigando os sintomas a fim de melhorar a qualidade de vida do paciente. O tratamento para depressão costuma ser medicamentoso e psicoterápico. 

Entre 90 e 95% dos pacientes que fazem o tratamento com antidepressivos apresentam remissão total, de acordo com o Ministério da Saúde. O canabidiol medicinal também é um tratamento autorizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) nos casos de depressão. 

Estudos investigam a relação entre anemia e depressão

Pesquisadores têm se dedicado aos estudos científicos que investigam os casos de depressão em pacientes com anemia e outras doenças hematológicas. Os resultados comprovam a existência da relação entre as patologias.

De acordo com o estudo “Diagnosticando depressão em pacientes internados com doenças hematológicas: prevalência e sintomas associados”, realizado por um grupo de pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), até um terço dos pacientes internados por conta de problemas de saúde que afetam a produção de componentes do sangue manifestam sintomas depressivos, como sensação de fracasso, culpa e fadiga.

A conclusão foi feita após a realização de pesquisa com 104 pacientes internados nos leitos da hematologia do Hospital Universitário (HU/ UFSC). Os pesquisadores apontaram a necessidade de medidas para o tratamento dos sintomas depressivos a fim de melhorar a qualidade de vida das pessoas diagnosticadas com doenças hematológicas.

Outro estudo, realizado pelos pesquisadores da Universidade Federal de Sergipe (UFS), Felipe Barreto e Rosana Cipolotti, investigou os sintomas depressivos em crianças e adolescentes com anemia falciforme. A pesquisa também indicou uma frequência elevada de sinais da depressão nesse público e alertou sobre a necessidade do desenvolvimento de mais estudos sobre o tema.

Fonte: Portal AZ