ANDES têm vitória atenuada e greve coletiva tem fim estipulado até 3 de julho

De acordo com a diretoria da ADUFPI as atividades na Federal do Piauí podem voltar na quarta-feira

Por Dominic Ferreira,

A greve dos professores da Universidade Federal do Piauí (UFPI) pode chegar ao fim na próxima quarta-feira, 26 de junho, após a deliberação pelo Comando Nacional de Greve (CNG) do ANDES Sindicato Nacional. 

Foto: ReproduçãoCapa

As assembleias de base do ANDES Sindicato Nacional aprovaram, na manhã desta segunda-feira (24), a saída coletiva da greve dos docentes até o dia 3 de julho. A decisão foi tomada com base na orientação do Comando Nacional de Greve (CNG), após maioria das assembleias gerais realizadas entre 17 e 21 de junho terem deliberado pela construção coletiva da saída da greve. No total, 35 assembleias votaram pelo fim da greve, enquanto outras 20 optaram por sua continuidade.

O acordo com o governo, apesar de considerado insuficiente por alguns, é visto como uma vitória em comparação à proposta de 27 de maio e ao ultimato frustrado do governo. Graças à pressão da greve, houve avanços importantes, incluindo a revogação da Portaria nº 983/2020, que assegura isonomia entre docentes da carreira EBTT e do Magistério Superior no controle de frequência e carga horária de ensino.

O governo se comprometeu a suspender recursos judiciais contra decisões que conferiram o Reconhecimento de Saberes e Competências (RSC) para aposentados que não recebiam o benefício, incluir entidades no Conselho que trata do RSC e estabelecer regras padronizadas para progressão e promoção na carreira. No entanto, a reivindicação de reajuste salarial para 2024 não foi atendida. Mesmo assim, o reajuste linear oferecido até 2026 foi elevado de 9,2% para 12,8%, e o reajuste dos steps aumentou de 4% para 5% até 2026.

Jennifer Webb, 1ª tesoureira do ANDES-SN, destacou o avanço da mobilização da categoria, apesar dos desafios enfrentados. “Caminhamos os passos que nossa categoria organizada e mobilizada conseguiu dar em um contexto de dificuldades de articulação e de necessidade de organização da classe trabalhadora”, avaliou. Ela ressaltou que essa greve marcou a história pela superação da intransigência do governo.

A greve de 2024 foi significativa na escalada da mobilização docente, com aumento da participação nas assembleias e atividades de luta, além da ampliação da sindicalização no ANDES-SN. O movimento possibilitou o debate sobre questões centrais como salários, carreira, isonomia entre ativos e aposentados, e a luta contra o Novo Arcabouço Fiscal (NAF).

O governo mostrou uma postura de intransigência durante as negociações, utilizando a entidade Proifes para tentar desarticular a greve. Mesmo após a suspensão do acordo com Proifes pela Justiça Federal, o governo voltou à mesa de negociações devido à pressão contínua da greve. Em 14 de junho, novos avanços foram conquistados em pontos não salariais da pauta.

Com a maioria das assembleias gerais apontando pela saída da greve, o CNG indicou um calendário para a próxima semana. O acordo com o governo será assinado no dia 26 de junho, e novas rodadas de assembleias ocorrerão até 3 de julho para definir o dia de saída da greve em cada instituição. O CNG será dissolvido em 27 de junho, com os Comandos locais permanecendo ativos até o encerramento da greve.

Fonte: ANDES

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