Elle é perfeito

Elle é perfeito

Ah, o cinema e sua capacidade de me tornar uma pessoa mais feliz, mesmo depois de ter assistido o sufocante Elle (França/Alemanha/Bélgica). Dirigido pelo talentoso Paul Verhoeven (Soldado de Laranja, Robocop) o filme mostra o estupro de uma poderosa empresária de jogos eletrônicos de Paris (Isabelle Hupert, seguramente, a melhor atriz de cinema viva ao lado de Mrs. Streep). 

Depois de violentada pelo menos quatro vezes durante a projeção em vez de procurar vingança, vive sua vida normalmente e que vida: separada, Michele transa com o marido da melhor amiga, vive às turras com a nora que humilha o filho babaca, vê sua mãe sendo enganada por uma cafetão e é filha de um serial killler. Ufa!

Se fosse um filme americano, na cena seguinte, Michele estaria armada à procura de vingança, mas não aqui, o jogo do roteiro é que a trama vire uma espécie de sedução e fascínio até o final redentor (não poderia ser diferente). E como Huppert brilha: sem explosões, ela está dona do espetáculo com um Verhoeven absolutamente ciente do seu ofício, levando a gente para onde quer. 

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