Vices sem votos

Vices sem votos

Nem de longe se definem os nomes dos postulantes a prefeito de Teresina e já se desenham as chapas com vices, dando enorme importância a esse personagem de segunda linha. O vice pode ter importância, mas um passeio por chapas eleitas em Teresina mostra que não é por causa de capacidade de atrair votos às urnas que vices são escolhidos ou indicados por seus partidos. Vice com voto mesmo, em Teresina, desde que a cidade ganhou o direito de escolher novamente por voto direto o seu prefeito, só Deoclécio Dantas, deputado estadual eleito em 1982 com grande votação em Teresina, escolhido vice na chapa de Wall Ferraz, em 1985. Naquele ano, o vice do candidato governista, Átila Lira, foi o jovem Dirceu Arcoverde Filho, que tinha raiz política e nenhum voto além daqueles em seu círculo familiar. Depois disso, todo vice-eleito tinha, sim, qualidades e credenciais políticas, mas votos ralos. A saber, pois: e, 1988, o vice-eleito na chapa de Heráclito Fortes foi Pedro Augusto, que não tinha votos. Quatro anos mais tarde, em 1992, Chico Gerardo tinha só o voto dele. Só se tornou importante porque Wall Ferraz morreu, em 1995, assumindo o comando da cidade e pavimentando o caminho para que Firmino Filho se elegesse prefeito, em 1996, tendo como vice o senhor Miranda Dantas, de pouco voto. Em 2000 Firmino trocou de vice. Escolheu Marcos Silva para neutralizar o pai Alberto Silva. Na eleição de 2004, Firmino apoiou Silvio Mendes, que nunca tinha disputado uma eleição. O vice era outro novato na política e sem voto: Elmano Ferrer, eleito e reeleito vice, mas que estava na chapa não por ter votos, mas por representar o empresário João Vicente Claudino. Em 2012 o vice de Firmino Filho, em seu terceiro mandato de prefeito, foi o boa-praça Ronney Lustosa, de poucos votos e muito bem-querer do seu padrinho político Heráclito Fortes, e em 2016, Luiz Júnior, de menos votos ainda, foi indicado vice por Themistocles Filho, hoje inimigo declarado de Firmino Filho.

O banquinho vermelho usado pelos governantes rouba a cena na solenidade da história da independência do Piauí

Assim se faz a história

A história do Piauí, comemorada em Oeiras, não se destaca pelos discursos, pelas bandeiras hasteadas a cada dia 24 de janeiro.
O destaque mesmo vai para o supedâneo, o pequeno estrado de madeira da cor vermelha sobre o qual o governador fica de pé durante a solenidade.

Assim se faz a história 2

No ano passado, a vice Regina, presidindo a solenidade como governadora, combinou o vestido com o banquinho, para, segundo entende o cerimonial, se destacar das demais autoridades presentes à solenidade.
Ontem, foi a vez do cerimonial ajeitar Wellington Dias no estrado de madeira.

Veja só!

O Ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio (PSL), indiciado pela Polícia Federal e denunciado à Justiça por falsidade ideológica, associação criminosa e apropriação indébita por desvios de recursos do fundo eleitoral, se tornou o queridinho dos políticos piauienses.
E olha quem virou seu amigo de infância! O senador Marcelo Castro.

As visitas do ministro

O ministro Marcelo Álvaro Antônio já visitou o Piauí em duas ocasiões. Uma para conhecer a Serra da Capivara e outra o Delta do Parnaíba e, desta vez, ao voltar para Brasília levou uma reprimenda do presidente Bolsonaro por não ter convidado o prefeito de Parnaíba, Mão Santa.

Retorno

O ministro deverá voltar ao Piauí, para uma visita a Parnaíba, a mando de Bolsonaro, e desta feita com agenda única e exclusivamente dedicada ao prefeito Mão Santa.

Apoio do ministro

Em dezembro passado o “amor” dos Marcelos rendeu até um vídeo de apoio do ministro ao parlamentar piauiense.
No filme, o ministro laranja aparece abraçado com Marcelo Castro elogiando o seu trabalho e prometendo colocar a Serra da Capivara - diga-se de passagem que Castro, mesmo filho da terra, nunca valorizou, se interessou ou deu apoio - na rota do turismo nacional.
Fica vermelha, cara sem-vergonha!

Mudando de canal

O veterano João Neto saiu da TV Clube e é o novo diretor de jornalismo da Rede Antena 10.
Tão logo se adapte na nova emissora, ele passará a comandar a Bancada Piauí, programa jornalístico do meio-dia.

Jogo de cintura

George Mendes esteve ontem com Firmino Filho. Os dois são amigos de longa data e o prefeito quis ouvir do publicitário o que pensa da sucessão municipal.
Na saída, a uma indagação sobre qual o melhor nome a ser indicado como o candidato tucano à sucessão de Firmino, George disse: ‘É aquele que o prefeito escolher’.

Nome tucano

Ciro Nogueira também foi liso em entrevistas sobre a sucessão municipal. Tem dito que o comando é do prefeito e que o nome a ser indicado deve ser naturalmente do PSDB.
Neste sentido, por exemplo, para ser candidato, Washington Bonfim pode deixar o Progressistas para voltar ao ninho tucano se quiser ser nome na sucessão de Firmino.

A volta

Silvio Mendes abriu o caminho de volta ao PSDB. Isso o coloca na condição de um nome a ser posto na sucessão.
Mas o ex-prefeito está na dele, informando a quem lhe der ouvidos que a escolha começa e termina em Firmino Filho.

Animação

O fato é que até o início de abril, pelo menos, haverá muita conversa e boataria quanto à sucessão municipal.
Isso porque a data mais dita para os tucanos apontarem seu candidato a prefeito é depois da semana santa.

Candidato

Firmino Filho (PSDB) recebe na terça ou quarta-feira (28 ou 29) as avaliações finais de pesquisas sobre as eleições municipais de Teresina. Só então, acredita ele, terá os elementos em mãos para definir o candidato a prefeito do PSDB.
São empresas de pesquisa de fora, e todas qualitativas. Nenhuma quantitativa. “Pesquisa quantitativa não serve mais para definir candidatura”, diz uma fonte ligada ao prefeito.

Como é

Diferentemente da pesquisa quantitativa, que mede os números de intenção de votos e outros fatores objetivos, a pesquisa qualitativa afere aspectos subjetivos do candidato ou pré-candidato a partir da análise de grupo de eleitores.
Entram nessa avaliação os valores, virtudes e os defeitos dos analisados. Ao final, tira-se uma média dos melhores avaliados perante o grupo de análise.

Nomes

Foram colocados para os grupos de análise os nomes de Sílvio Mendes, Charles Silveira, Washington Bonfim, Kleber Montezuma, Marco Antonio Ayres e de Fernando Said.
Todos do PSDB, menos Washington Bonfim, atualmente filiado ao Progressistas, mas que pode voltar ao ninho tucano, livrando Firmino de indicar um nome de outro partido para sua sucessão.

Saída

A pesquisa vai servir não apenas para indicar o nome do candidato a prefeito. Servirá também para Firmino justificar a escolha e aplacar a ira dos que não serão escolhidos.
Afinal, nem saiu o nome e já tem gente de cara feia para o prefeito por conta da preferência deste por um ou outro pré-candidato.

Indicadores

Pesquisas, aliás, já existem. Um aliado do prefeito deixou escapar que os eleitores de Teresina topam, sim, a manutenção do atual modelo de gestão da cidade.
Mas também querem novidade, o que pode ser entendido como uma cara não tão batida da política.

Estiagem

Apesar de o Piauí ter registrado grandes acumulados de chuvas em alguns pontos, no geral a chuvarada não chegou com a mesma intensidade e frequência em todo lugar. O resultado é que em regiões produtoras como o Sudoeste do Estado, o veranico pode causar perdas na safra.

Salvação

Mesmo assim, práticas agrícolas como o cultivo na palha ou cultivo direto, que usa restos de colheita e mantém a umidade do solo, pode ter reduzido as perdas esperadas em áreas de cultivo no cerrado do Piauí.

Sementes

O governo estadual, mais uma vez, falhou na logística de distribuição de sementes. Uma pena que isso ocorra, porque a falta delas vai reduzir colheitas de agricultores familiares.
Um erro que pode custar muito às famílias pobres.

Armador

O governo estadual reduziu o ICMS cobrado sobre o diesel vendido a 76 barcos de pesca que atuam no litoral do Piauí.
Na lista dos beneficiários chama atenção a frota de sete barcos pertencentes a Antônio Aristóteles de Sousa.
Desse jeito termina ele ganhando o apelido de Onassis.

Ping-Pong
Fugindo do risco

Jefferson Nunes, avô do governador maranhense Nunes Freire (1975-79), era coronel e chefe político em Grajaú. Passou por lá a Coluna Prestes, com Juarez Távora e Cordeiro de Farias. O governador Magalhães de Almeida (1926-30) manda-lhe um bilhete.

Magalhães: “Compre dez burros para perseguir os revoltosos. Depois o governo do Estado lhe ressarcirá”.
Nunes (em resposta pelo mesmo portador do recado de Magalhães): “Não vou comprar. Seriam onze burros comigo, se acreditasse em dinheiro de Governo”.

Do livro Folclore político, de Sebastião Nery.

Expressas 

As hortas comunitárias mantidas pela prefeitura de Teresina estão devagar quase parando.

O governo Bolsonaro está levando uma enxurrada de críticas pelas patacoadas no Enem. Parece hora de mandar o ministro da Educação ir pastar.

A Maternidade Dona Evangelina Rosa é o mais acabado exemplo de como não fazer saúde pública no Piauí.

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