O pós-pandemia

O pós-pandemia

O mundo não será mais o mesmo quando a pandemia da covid-19 passar. Nem o Brasil (Piauí incluído) e todos nós teremos, de algum modo, alterado percepções de realidade social e econômica. Para começar, no balanço de perdas e danos, possivelmente além das mortes que a doença provocará, haverá óbitos políticos e empresariais, de líderes de opinião postados na contramão da ciência, da racionalidade e do bom senso. É claro que se faz difícil exercitar cenários futuros quando a única certeza é a permanente incerteza sobre um futuro próximo. No entanto, vale a pena prestar atenção em algumas coisas bastante práticas. Uma delas é a de que é preciso, para além de uma rede de saúde pública muito equipada, um sistema capaz de responder de modo eficiente a emergências sanitárias. Em nenhuma parte do mundo, mesmo nos lugares mais ricos, não se conseguiu esse desiderato. Em outros aspectos, poderemos também perceber alterações. Tomemos a economia por exemplo, essa que alguns querem proteger à custa de vidas humanas: a doença emergente, desconhecida e que começa devastando o topo da pirâmide social, ensina que é ineficaz e contraproducente o ultraliberalismo pregador de austeridade como dogma. Yuval Noah Harari, historiador israelense, autor de “Sapiens, uma breve história da humanidade”, aponta algumas alterações que já se sentem no curso da pandemia e que devem se estender para logo além dela, imediatamente. Sistemas de trabalho e educação on-line agora testados poderão ser mais usados, ao mesmo tempo em que o estado em todo o mundo, notadamente em países mais autocráticos, poderá usar tecnologias para monitorar seus cidadãos, a pretexto de proteção sanitária, mas com inegáveis riscos à privacidade e à liberdade pessoal. Há, aliás, países como Israel monitorando pessoas e até cidades brasileiras, como Recife, conseguiram estabelecer padrões de maior ou menor interação social a partir de aplicativo de celular. O mundo parido pela covid-19, portanto, será totalmente novo. Pode ser melhor ou pior, dependendo muito do que nós, como cidadãos, aprenderemos com essa emergência sanitária global.

Deputado Wilson Brandão redireciona suas emendas para vários hospitais (Foto: Lucas Sousa / Portal AZ

E agora, José?

A tal cooperativa Delta que chamou o governador Wellington Dias de
mentiroso, precisa vir a público assumir ao menos sua meia culpa.
Em nota anteontem, a cooperativa disse que seu diretor estava internado em hospital de Teresina, com gripe comum e não com coronavírus.

O contágio

Na nota fazia questão de dizer que o governador mentia ao afirmar que o prefeito Antônio Felícia contraiu a Covid-19 do diretor.
Pois é. Quem garante agora que não foi?

Sob suspeita

Boa parte da população de São José do Divino precisa ser colocada em quarentena.
Quase a cidade inteira foi ao velório - de caixão aberto - na sexta feira como fez carreta até o cemitério.
O perigo mora aí.

Big Brother

Acerca do que foi dito no comentário que abre essa coluna, de monitoramento remoto das pessoas para se saber quantas seguem em casa ou quantas se movimentam, já se tem informações bastante precisas sobre quantos no Piauí ficaram em casa e quantos bateram perna no período de isolamento social que segue.

Números

Dados da In Loco, empresa de tecnologia de geolocalização com software em mais de 60 milhões de celulares, permitindo uma amostragem sobre o isolamento social. Pelo levantamento, no Piauí, semana passada, 61,1% dos piauienses ficaram em suas casas.

Menos feridos

Um dos efeitos da Covid-19 na saúde pública é a redução de internações por ferimentos causados por acidentes e brigas.
Nesta segunda-feira é esperado um balanço parcial do Hospital de Urgência de Teresina, mas já se sabe que haverá uma queda nos números.

Limpeza

Além de manter os serviços de coleta de lixo, capina e varrição de vias urbanas, a Prefeitura de Teresina vai fazer o que se chama de “sanitização”, que é lavar com água, sabão e outros produtos as áreas de maior aglomeração de pessoas.

Campanha?

Não se sabe a serviço do que ou de quem há quem esteja dizendo que Firmino Filho faz campanha antecipada por suas ações de enfrentamento à Covid-19. Se fizer campanha for o que o prefeito de Teresina tem feito nos últimos dias, melhor que ele siga no trabalho. E do mesmo jeito que vem fazendo, sem nunca ter pedido um voto que seja.

Emendas

Wilson Brandão é outro deputado estadual que mudou o rumo de parte dos recursos de suas emendas impositivas. Ontem ele informou que destinou R$ 100 mil para a compra de equipamentos de combate ao câncer infantil no Hospital São Marcos. Outros R$ 100 mil, divididos em partes iguais foram destinados às Prefeituras de Pedro II e de Piracuruca para que comprem equipamentos de proteção individual.

Fábio Novo

O petista Fabio Novo também alterou o destino do dinheiro de emendas. Segundo a assessoria do deputado licenciado e secretário estadual de Cultura, ele encaminhou R$ 400 mil para a aquisição de EPIs pela Secretaria da Saúde.

Falta mais

Então, somam oito os deputados estaduais que redirecionaram emendas impositivas para ações de saúde.
Ainda faltam 22 assinarem ofícios pedindo que a Seplan mande o dinheiro para a Sefaz ou para prefeituras e hospitais que precisam cuidar das pessoas.

E os suplentes?

Cite-se 22 dos titulares dos mandados. Porque a Assembleia Legislativa tem hoje parlamentares.
Então, que os suplentes também se apresentem com a sua ajuda.

Ridículos

Os bolsonaristas que foram as ruas em carreatas com poucos e caros veículos de alto luxo são um exemplo de como não fazer marketing. O máximo que conseguiram foi serem ridicularizados e, em alguns casos, expostos para além disso, como ocorreu em Belém, onde o dono do carro que liderava a carreata devia R$ 22 mil em multas e taxas de licenciamento.

O negativo positivo

Balanço da Emgerpi, a empresa de administração de recursos humanos do governo e que cuida das massas falidas de estatais extintas, mostra que ela ficou menor. Teve menor receita e menos ativos. Mas também caíram as dívidas. Ou seja, tem menos dinheiro e isso, por incrível que pareça, é bom.

Sem chuvas

Outra boa notícia: desde sexta-feira que não chove nos principais municípios produtores de grãos, o que fez deslanchar a colheita de soja no Sudoeste do Piauí.
Os produtores estão animados, porque apesar das condições de tráfego, está sendo possível escoar a safra,

Os números

A expectativa é a de que se colham nos municípios daquela área algo em torno de 2,4 milhões de toneladas. A de milho, 2 milhões de toneladas, e isso porque, conforme já publicado por esta coluna, houve quebra no rendimento da soja – o que reduzirá a previsão inicial em 250 mil toneladas.

No campo

Uma parte do que se vai colher na região deverá ser mantida nos próprios campos, em silos provisórios chamados “bags”, para futuro escoamento.
A falta de estrutura de armazéns obriga os agricultores a usar esse tipo de armazenagem.

Safrinha

Também não haverá a safrinha em boa parte das propriedades, porque a semeadura começou tarde, terminando em 10 de janeiro em muitos locais.
Com isso, não há como plantar agora porque seria necessária uma boa média de chuvas em maio – o que não vai ocorrer segundo os modelos meteorológicos.

Aguaceiro

Desde 2016 que a cena não era vista: a Barragem de Poço do Marruá, no rio Itaim, em Patos do Piauí, sangrou no sábado. Isso significa que a barragem atingiu a totalidade de sua capacidade de acumulação (295 milhões de metros cúbicos) e deverá assegurar o abastecimento regular de água às cidades de Patos, Jacobina, Caridade, Curral Novo e Simões.

Sem aulas

A Secretaria da Educação suspendeu 80 oficinas de projetos agroecológicos em 70 escolas de educação básica da rede pública municipal e estadual e escolas da família agrícola. Também foi suspensa a implementação de 60 Sistemas Produtivos Agroecológicos em 60 escolas de educação básica da rede pública estadual e municipal em 50 municípios do semiárido em razão da pandemia de covid-19.

Leitos

Em meio à pandemia da Covid-19, a Maternidade Dona Evangelina Rosa marcou para o dia 16 de abril licitação no valor de R$ 424 mil para reforma de 24 leitos de enfermaria.

UTI

R$ 395.611,49 é quanto o Hospital Infantil Lucídio Portella vai gastar para transferir provisoriamente a UTI pediátrica para o primeiro andar do prédio, enquanto duram obras de ampliação da ala de tratamento intensivo.
Fácil, fácil.

Ping-Pong 
Sem os pés no chão

O ex-presidente Jânio Quadros tinha pavor de viagens aéreas. Certa feita, lívido, apertava fortemente a mão da esposa, dona Eloá. A comissária, prestativa, se aproxima para saber o que se passava.

Comissária: “Presidente, o senhor está sentindo falta de ar?”
Jânio: “Não, minha senhora, o que eu estou sentindo é falta de terra!”

Expressas 

O TCE e demais órgãos de controle deve ficar de olho, porque decreto de calamidade sempre abre a guarda para espertezas com dinheiro público.

Farmácias de Teresina seguem vendendo frascos de 250 ml de álcool gel a preço quase igual ao de uma garrafa de um bom uísque.

O movimento na Ceasa e mercados públicos de Teresina é inferior a 40% do que se registrava antes da pandemia.

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