Números mágicos

Números mágicos

Circulam em mídias sociais e aplicativos de trocas de mensagens prints de páginas oficiais com dados relacionados às transferências de recursos da União a Estados e Municípios. Há ainda um “card” que leva a assinatura da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, no qual se somam os valores para cada unidade da federação e seus respectivos municípios. Colocam-se todos os recursos federais repassados aos entes federados pela União e se cria a narrativa de que se não são feitas ações de combate à pandemia de covid-19 é porque houve desvios, má vontade, gestão ineficiente etc. muita calma nessa hora: a distribuição dessas informações é feita de modo intencionalmente confuso, simplificando o que não pode nem deve ser simplificado, criando uma narrativa de que o governo federal fez a sua parte, mandando o dinheiro, enquanto prefeitos e governadores se esfalfaram em um festim diabólico de pura roubalheira. Sem embargo da corrupção sistêmica que atinge todos os níveis de governo (e não acabou ao contrário do que sugere o presidente Bolsonaro), é preciso colocar os pingos nos is. O governo federal até pode somar os valores repassados para os Estados e Municípios, criando um número mágico e encantador,  mas é preciso fugir da desonestidade intelectual, explicando que recursos repassados aos entes federados não são, em primeiro lugar, um favor do presidente de plantão. Decorrem de um ordenamento constitucional que autoriza repasses compulsórios, como recursos dos Fundos de Participação, do SUS e do Fundeb, de cota-parte da CIDE e de outros recursos que, queira ou não, devem ser repassados por expressa ordem do texto constitucional. Depois disso, vêm recursos do auxilio emergencial, bolsa-família e aposentadorias do INSS, também repassados sem que quem comanda a União possa reivindicar para si essa ação como favor. Finalmente, convém que se separe o joio do trigo, explicando ao distinto público pagante de impostos que há recursos que o governo federal repassa mediante convênios com Estados e Municípios, os quais estão sujeitos a um olhar atento dos órgãos de fiscalização e controle e, neste caso, é fundamental que se usem lupas para mitigar as malfeitorias de sempre.

Wellington Dias insiste na remessa de vacinas para o Amazonas.  Ele diz que é para evitar a nova cepa do coronavírus (Foto: Fernanda Gil Lustosa / Portal AZ)

Lá vem! 

Estavam sendo esperados na madrugada de hoje mais 15 pacientes com Covid-19 do Amazonas para serem tratados no HU de Teresina. 
Na primeira leva vieram nove. 

Reta final

Esta semana marca a reta final da disputa para à presidência da Câmara dos Deputados, a mais concorrida em muitos anos. De um lado, o candidato do centrão e de Bolsonaro, Arthur Lira, do PP.  
De outro, Baleia Rossi, do MDB, apoiado por Rodrigo Maia e pelo PT.

Bate-boca

Ontem, pelo Twitter, o principal cabo eleitoral de Lira, o senador piauiense Ciro Nogueira, fez uma provocação a Baleia Rossi, indagando se existiria um compromisso do emedebista com o PT para pautar o impeachment de Bolsonaro ou se isso seria uma mentira da presidente do PT, Gleisi Hoffman.

Resposta

Baleia Rossi respondeu ao senador, dizendo que tem compromisso de cumprir a Constituição e que vai analisar com equilíbrio os pedidos. Ele também fez uma pergunta: se o deputado Arthur Lira engavetaria pedidos [de impeachment] sem cumprir seu papel com independência. 
“Existe algo combinado entre o Planalto e Lira neste sentido?”, perguntou.

Refém de Lira 

Quem entende um pouco de política e sabe do modus operandi do Centrão, pode arriscar o entendimento de que Bolsonaro corre mais riscos de sofrer o impeachment com Arthur Lira na presidência. 
Muito simples. O Centrão sempre tem uma fatura a cobrar e assim Bolsonaro sempre estará refém das vontades dos partidos do Centrão. 

Empatia

Wellington Dias disse ontem que defende o envio de maior número de doses de vacinas para Manaus e outras cidades do Amazonas porque a decisão está além de seu caráter humanitário e de empatia com o povo amazonense.
No Piauí o governador faz carreata em cidade do interior anunciando a chegada (lá) de oito doses de vacina. 

Pragmatismo

A desculpa do governador do Piauí é bem simples: citou que essa decisão, tomada também por outros governadores do Nordeste, consiste em medida preventiva para evitar que a nova cepa do coronavírus, registrada no Amazonas, se espalhe pelo país. Com a vacinação, é provável que se reduza a velocidade de contaminação e transmissão do vírus, alega o governador.
Vai vendo. 

Empréstimos

O governo estadual prevê em suas receitas para este ano um valor de R$ 1,158 bilhão em operações de crédito – empréstimos, numa linguagem popular e direta.
Seriam R$ 797,7 milhões de financiamentos externos e R$ 361,1 milhões de créditos externos.
Para fazer estradas e calçamento, aguardem. 

Bem abaixo

No orçamento de 2020, a previsão de receitas de empréstimos foi de R$ 1,484 bilhão, sendo R$ 915,7 milhões de empréstimos internos e R$ 568,4 milhões em financiamentos externos.
Os números da execução orçamentária ficaram bem aquém destes valores.

Diferença

A leitura do quadro de programação financeira para órgãos estaduais este ano de 2021 traz espantos e dúvidas.
Um desses espantos é a distância entre os orçamentos dos hospitais regionais de Piripiri (Chagas Rodrigues) e de Floriano (Tibério Nunes).

Correlatos

Os dois hospitais estão em cidades com populações mais ou menos equivalentes. Piripiri tem (63 mil habitantes) e Floriano, 60 mil moradores, o que ensejaria volumes de recursos equivalentes para os hospitais. Mas isso não ocorre. 
O hospital de Piripiri tem previsão de receita de R$ 17,2 milhões. O de Floriano terá quase o dobro, R$ 33,9 milhões.

Maternidade

A Maternidade Dona Evangelina Rosa, que pode e vai se transformar em uma eterna fonte de dor de cabeça para o governador Wellington Dias (PT) é outro ponto de espanto. 
Entre as unidades hospitalares do estado, é a de maior orçamento, R$ 34,7 milhões – mais que a soma das receitas previstas para as Secretarias de Pessoa com Deficiência (R$ 5,1 milhões), Mineração (R$ 5,2 milhões) e Agronegócio (R$ 16 milhões).

Gasto hospitalar

O Hospital Gerson Castelo Branco, de Luzilândia, prevê gastos de R$ 541,8 mil em combustíveis neste ano.
A mesma unidade hospitalar vai gastar R$ 117,2 mil na compra de gás de cozinha e água mineral em 2021.

Reprovação

A Secretaria de Cultura reprovou 759 projetos de pessoas físicas e jurídicas submetidas à concorrência do Prêmio João Claudino, para financiamento de ações de arte e cultura.
Imagine se não fosse a gritaria geral sobre supostas ilegalidades. Imagine.

Aprovação

Foram aprovados 73 projetos no valor de R$ 30 mil, 122 projetos individuais no valor de R$ 1.500; 85 projetos individuais no valor de R$ 3 mil; 30 projetos de R$ 20 mil; 88 projetos de R$ 5 mil; 96 projetos de R$ 10 mil, 15 projetos de R$ 50 mil; 14 projetos no valor de R$ 80 mil; cinco projetos de R$ 100 mil e 11 projetos de R$ 200 mil.

Comunicarte

Entre os projetos culturais de R$ 50 mil encontram-se dois de portais de notícia, da R10 Comunicação e do Piauí Portal de Notícias.
Entre os projetos de R$ 200 mil, está um da Fundação Valter Alencar.

Estágios

Desde o dia 18 de janeiro está autorizada a retomada de estágios educacionais nas unidades prisionais do Estado do Piauí.
Mas a retomada dessas atividades será feita de forma gradativa e de acordo com as orientações sanitárias e conforme também as normas de cada estabelecimento penal. 

Orla

Olha que bom: a prefeitura de Parnaguá vai investir R$ 1.869.731,80 em obra de urbanização da orla da lagoa que dá nome à cidade, a maior formação lacustre natural do estado do Piauí.

Rally

A Coordenadoria de Comunicação do Piauí vai aplicar R$ 160 mil em patrocínio no Rally Piocerá, que acontecerá entre 26 e 30 de janeiro.

Ping-Pong
Cegueira seletiva?

Sábado passado, no Clube VTS, o dono do estabelecimento e “presidente” Vicente Trindade dos Santos atende os clientes, enquanto informa que vai botar umas placas de advertência sobre algumas regras do lugar. O contador Edmilson Oliveira ouve às explicações.

Edmilson: “Depois dessas placas eu ainda posso vir aqui?”.
Vicente: “Pode sim, se você não estiver cego...”.

Expressas

Ainda é cedo para falar em impeachment de Bolsonaro, mas talvez já seja tarde para ele recuperar o terreno político perdido.

Ontem, num supermercado a zona leste de Teresina, um quilo de bife de contrafilé bovino estava custando R$ 61.

A carne bovina segue em alta e está puxando para cima outras carnes, incluindo o peixe, com reajustes todos variando até acima de 20%.

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