O golpe chamado de movimento de 31 de março

O golpe chamado de movimento de 31 de março

Um dos grandes trunfos do militarismo, especialmente de seu discurso para obter o poder em 1964, é relatar e exaltar o Brasil que deu certo, o Brasil dos anos 70, do milagre econômico, da infraestrutura, das hidrelétricas, das grandes obras públicas. Os milicos gostam de afirmar que não havia roubalheiras, mas, em tempo de ditadura, quem poderia denunciar um fato onde houvesse a suspeita de desvio de dinheiro público? Mesmo assim, com todos os cuidados e temores, a imprensa pode relatar ou delatar muitos abusos, até porque sempre existiram acusações sombrias contra alguns dos graduados do poder, envolvidos em escândalos de corrupção, exatamente nas obras públicas faraônicas, onde a fiscalização era pouca, e o poder da imprensa, mínimo. Era a lei do silêncio e da mordaça determinada pela lei da força. Reconheça-se, em época de dinheiro farto e fácil, e com bons projetos de planejamento, o Brasil obteve avanços notáveis, em algumas áreas, mas deixou um profundo fosso em relação às liberdades individuais, os direitos civis e a transparência. Depois, com a redemocratização, o artífice maior se viu preterido pela morte prematura, e o Piauí não teve Petrônio Portela como o presidente da redemocratização, político que deixou sua marca pela transição pacífica que permitiu a volta dos exulados, com a anistia que a partir daí resultou na saída dos generais e o retorno das eleições diretas para governadores. De um lado, ficaram os ranços da ditadura e dos males que a perda dos direitos individuais acarreta. Sob o manto do patriotismo, muitos inocentes tombaram ou foram subjugados sob as agruras da masmorra posta aos inimigos do sistema, com o chamado período de chumbo da ditadura. O grande êxito dos militares foi a ligação norte sul por estradas asfaltadas passando pelo nordeste; e o grande fracasso foi deixar inacabada a transamazônica, no sentido leste oeste, a famosa ligação do Brasil com o pacífico, nunca concluída, nem pelos militares, nem pelos governos civis que os sucederam. Todos, militares, nos 21 anos de ditadura e os civis a partir da redemocratização, em 1985, exaltam os seus feitos. Ontem mesmo, na ordem do dia como primeiro ato do ministro da defesa recém empossado, o general Braga Netto, disse que o “movimento de 31 de março”  é parte da trajetória histórica do Brasil e que coube as forças armadas a responsabilidade de pacificar o país.


Advogada Naiara Moraes, uma das inúmeras candidatas à presidência da OAB-PI (Foto: reprodução Instagram)

Fatos que vivi 1 

Em 1964, portanto, há 57 anos, terça-feira, 7hs, com apenas 11 anos, sem ter noção do que estava ocorrendo, vi tropas do Exército fazendo o controle do espaço entre as avenidas Miguel Rosa e Frei Serafim, em Teresina (PI). Prendendo gente. 
Notícia só no rádio, e assim mesmo falando na “revolução”.

Fatos que vivi 2 

Já em 1971, no colégio (final do antigo primário, primeiro grau), perguntei ao professor de Português, José Maria:
“Por que lutam contra a ‘revolução’ se está tudo tão bom?”. 
E ele: “deixe de ouvir o rádio”. 

Fatos que vivi 3

Não demorou para que viesse saber o que de fato a “revolução” estava fazendo. 
Em 77 passei a ser vítima dessa “revolução”, com idas e vindas à Polícia Federal para que revelasse a fonte de uma notícia que escrevi. 
Bendita democracia!

Fatos que vivi 4

Nas idas à PF, em 77, eu cortava as unhas rentes, que sangravam, na vã ilusão de que eles não iriam conseguir arrancá-las com alicates. 
É que corria solta a informação de torturas: umbigo de boi, alicate, cadeira do dragão, tanque do lagarto, choque, pau de arara. Afora safanões e gritos de alguns abusados agentes, escapei.

Fatos que vivi 5

Essas histórias estão num livro inacabado. 
A preguiça e, também o acúmulo de atividades, complicam e dificultam sua conclusão. 
Mas este ano ainda será lançado. 

Eleições da OAB 

A disputa pela presidência da seccional Piauí da Ordem dos Advogados do Brasil, a se realizar em novembro, começa movimentar os bastidores de candidatos e candidaturas.

Eleições da OAB 2 

Além da natural candidatura de Celso Barros Coelho Netto, existe uma disputa interna do mesmo grupo que envolve os advogados Raimundo Júnior e Einstein, com ligeira vantagem para Raimundo Jr.

Turma do batom 

Além deles, o movimento entre as mulheres para definir candidaturas é grande. 
Na lista Naiara Moraes, Andrea Araújo, Elida Franklin, Nara Letícia e Daniela Freitas. 

Eleições OAB 3 

Pela oposição, a tendência é de consolidação da candidatura de Lucas Villa, que já está reagrupando os antigos amigos e aliados em torno de seu nome. 
Uma disputa que promete.

A vaga e a vez

Por trás de tudo, existe a disputa por duas vagas de desembargadores que pertencem ao quinto constitucional dos advogados. 
E como tem candidato!

Os aposentados 

Entre o final deste ano e o próximo ano deverão se aposentar, pela compulsória, os desembargadores Brandão de Carvalho e Paes Landim. Os advogados se movimentam logicamente pensando nisso, também.

Batendo asas 

Pronto, se o PSDB já não tinha densidade eleitoral no interior, pois concentrou-se a vida inteira na capital, agora é que afinou mais ainda. 
O prefeito Saulo Trajano, de Passagem França, acaba de filiar-se ao PT. 
Ele foi o único tucano que se elegeu em 2020.

Mobilização contra a fome 

Está na hora de se adotar no Piauí a mobilização contra a fome. 
Seria a doação de alimentos (na quantidade de quem puder) na hora em que as pessoas, aparentemente de melhor poder aquisitivos, vão aos drive-trur para se vacinarem. 
A pessoa pode deixar um quilo ou mais de alimentos nos postos de vacinação. 

Mobilização contra a fome 2 

As prefeituras se encarregariam de instalar espaços para armazenar as doações e, a partir do final de cada vacinação, recolher os alimentos e dar seguimento às doações aos necessitados. 
Apostem nessa ideia!

Coisa esquisita 

Viraliza áudio de uma conversa de um suposto eleitor com o médico e vereador Leonardo Eulálio. 
O dito eleitor diz que ele prometeu (na campanha) fazer cirurgia... Leonardo nega. 
Querer forjar uma compra de votos. 
Quem é mesmo o suplente de Leonardo?

Antônio Nunes 

Faleceu (domingo) Antônio do Rego Nunes, colega deste jornalista nos anos 80 no BNH (Banco Nacional da Habitação) e Caixa Econômica Federal.  
Nosso sentimento de pesar à família.

O mico dos mineiros 

O mundo inteiro tira sarro dos empresários e políticos mineiros dizendo que eles tomaram vacinas falsas aplicadas por uma falsa enfermeira pode não ser bem assim. Continuo na desconfiança de que os ricaços mineiros compraram clandestinamente as doses e chamaram a falsa enfermeira para aplicá-las.

Só pra escapar 

Como a coisa foi descoberta sobrou só pra ela. A Polícia Federal prendeu a falsa enfermeira, embora não tenha encontrado um vidro sequer da vacina na casa dela. 
E, ai, os ricaços mineiros fazem questão de terem bancado os otários para o mundo, tomando vacinas falsas. 
Para escaparem da polícia, claro. 

Boa nova 

O senador Elmano Ferrer teve projeto aprovado no Senado que prorroga o pagamento do auxílio emergencial aos trabalhadores do segmento cultural e amplia o prazo para o uso de recursos remanescentes da Lei Aldir Blanc.  

Ping-Pong
A surra na quadra

Juratan Moura, aqui mais uma vez descrito como o melhor organizador de eventos do Piauí, por esta ser a expressão da verdade, tinha um time de vôlei quando jovem estudante em Simplício Mendes. Um dia foi com sua equipe para Campinas do Piauí, sua terra natal, para um jogo no qual a equipe adversária tinha dois irmãos seus. O pai chama Juratan e ordena que seu time perca a partida.

Juratan: “Perder? Nada disso. A gente vai jogar para ganhar”.
O pai: “Pois se não perder eu vou lhe dar uma sova”.
Juranan: “Pois muito bem, dê, porque prefiro apanhar em casa que apanhar na quadra jogando vôlei”.

Originalmente publicado em 13 de agosto de 2018.

Expressas

Março encerrou ontem como o mês mais letal da pandemia no Piauí. Há três dias, o estado vem registrando uma média diária de óbitos acima de 30.

Os números da pandemia ainda são preocupantes. Em 24h, mais de 1.6 mil pessoas testaram positivo e 38 faleceram no estado. 

O Piauí alcançou o 2º lugar no ranking de produção e exportação de mel do Brasil. Neste ano, o Estado arrecadou em vendas ao exterior mais de US$ 9,8 milhões.

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