Pleno do STJD rejeita recurso e Sampaoli está livre de ameaça de gancho extra no Atlético-MG

Procuradoria do STJD recorreu da sentença de 1ª instância que já havia inocentado o técnico argentino, que esteve no Mineirão durante Galo x Flamengo, quando cumpria suspensão

Por Redação do ge,

Pendurado com dois cartões amarelos acumulados no Brasileirão, o técnico Jorge Sampaoli ainda corria o risco de cumprir suspensão extra no Atlético-MG, já com cumprimento na próxima rodada, diante do Atlético-GO. Entretanto, o comandante argentino recebeu nova sentença favorável do STJD e está livre para comandar o Galo à beira do campo.

Jorge Sampaoli, técnico do Atlético-MG — Foto: Bruno Cantini/Atlético-MG 

Sampaoli havia sido denunciado pela Procuradoria-Geral do STJD por estar presente na goleada de 4 a 0 sobre o Flamengo, em 8 de novembro. Naquela partida, o treinador argentino cumpria suspensão pelo terceiro cartão amarelo, mas foi flagrado no Gigante da Pampulha, inclusive utilizando aparelho celular.

Na denúncia, que não gerou punição no primeiro julgamento, a Procuradoria levantava duas hipóteses: ou fazia parte da delegação do Atlético (e não observava a suspensão), ou não fazia parte da delegação do Galo e infringia a regra implementada pela pandemia da Covid-19, na qual restringe o acesso às praças esportivas.

No julgamento de primeira instância, os membros do STJD não tiveram tal visão e, além disso, por falta de provas concretas, também absolveram o técnico de possível comunicação via celular com o analista de desempenho Diogo Alves (também denunciado e igualmente inocentado), que foi visto no banco de reservas do Galo portando o aparelho de comunicação.


A hipotética conversa seria vedada pelo Regulamento Geral da CBF, que até permite o contato à distância, desde que na outra ponta da linha não haja membro da comissão técnica punido por suspensão. O relator do processo no Pleno, Luiz Felipe Bulus, chegou a citar que, se houvesse certeza do contato telefônico, a ação seria sinônimo de atitude gravíssima disciplinar.

Não é possível conceber condenação de ninguém por indício. Se há chance de eles terem se falado, também há chance de Jorge Sampaoli ter falado com qualquer outra pessoa - disse o relator

Após o julgamento desfavorável, a Procuradoria do STJD entrou com recurso no Pleno do Tribunal, com sentença nesta quinta-feira. Vale ressaltar que não foi a primeira vez que Jorge Sampaoli apareceu no camarote do Mineirão, suspenso. Na vitória contra o Bragantino, tanto ele, quanto o preparador físico Pablo Fernández, estiveram no estádio. Mas tal presença não gerou denúncia.

O julgamento

Tal fato foi até mesmo usado na argumentação do advogado do Atlético, Lucas Ottoni, citando que outros treinadores estiveram presentes em estádios mesmo suspensos - Lisca no América, Felipe Conceição no Guarani e Mano Menezes no Bahia.

O representante do Galo também afirmou que Jorge Sampaoli teve autorização expressa do diretor de competições da CBF, Manoel Flores, para estar presente no Mineirão, ainda que suspenso, na condição de "membro do staff".

- Fico com receio de se apontar para caso específico com maior repercussão e usar critérios diferentes para o julgamento - afirmou Ottoni.

"O técnico Jorge Sampaoli esteve presente (no Mineirão) com a anuência da CBF", disse Maurício Fonseca, auditor do Pleno, que votou pelo não acolhimento do recurso da Procuradoria.
Apesar de ter sido uma votação unânime a favor de Jorge Sampaoli e do Galo, o membro do Pleno, Paulo Sérgio Feuz, acompanhou o voto mas afirmou que a presença de treinador suspenso no estádio é uma "imoralidade". "Não pode estar em nenhum recinto do estádio".

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