Pesquisa aponta falta de infraestrutura como principal problema de escolas da rede estadual

Os entrevistados afirmaram o problema atrapalha o bom desempenho educacional

Por Adriana Oliveira,

Um grupo de alunos da Universidade Estadual do Piauí (Uespi) realizou uma pesquisa de campo que constatou que a falta de infraestrutura é o principal problema das escolas públicas da rede estadual, localizadas nas cidades de Teresina e em Altos. Segundo o estudo, 5% dos entrevistados atribuem essa questão à má gestão, o descaso e falta de incentivo do governo para com a educação.  

A pesquisa apontou que dos 56 entrevistados, 23% das pessoas afirmaram que o principal problema da educação pública é a falta de biblioteca, de laboratório de informática, de ciências, a falta de uma estrutura adequada para um bom desempenho educacional. 

Pesquisa foi feita por alunos da Universidade Estadual do Piauí(Uespi) (Foto: Wilson Nanaia/Portal AZ)

Dos entrevistados, 16% apontaram que a falta de verba para o salário de professores e para investir em ferramentas pedagógicas como pincéis, materiais de apoio didático e recursos tecnológicos se enquandram como o segundo maior problema enfrentado pelos alunos das escolas pesquisadas. 

A falta de interesse/compromisso/responsabilidade por parte dos alunos e/ou professores aparece como em terceiro lugar dentre as problemáticas apresentadas pelos entrevistados. 

Já a falta de incentivo à capacitação dos profissionais da educação, englobando a falta de qualificação de profissionais também aparece no ranking dos problemas apontados. 

A carência quanto a segurança das escolas, abrangendo problemas de violência com professores e alunos também foram relatados pelos entrevistados, chegando ao percentual de 4%. 

Os universitários analisaram ainda que os entrevistados direcionaram a solução da problemática para investimentos por parte do governo nas áreas de infraestrutura (32%), na capacitação dos profissionais da educação pública (17%), aumentar os salários dos docentes (12%), realização de concursos (5%), na fiscalização e atenção (3%) e novas formas de avaliação (1%). 

O trabalho foi apresentado à Disciplina Filosofia da Educação como atividade prática relacionada aos problemas educacionais das escolas públicas situadas nas cidades de Teresina e Altos. Foi elaborado por Ana Vitória Chaves, Andressia Marciele, Antonio Walison, Diego Lima, Emanuel Victor, Hágattha Emannuelly, Isaac Henrique, Matheus Silva e Samuel Victor. 

Problema se repete nas escolas municipais 

Em última fiscalização realizada pelo Tribunal de Contas do Estado do Piauí (TCE/PI) em 39 escolas de 11 municípios foram constatadas irregularidades que vão desde a ausência de bibliotecas e laboratórios de ciências e de informática, até falta de acesso a itens básicos como água filtrada e banheiros. Isso sem contar a inexistência de professores efetivos e a realização do transporte escolar das crianças em veículos tipo “pau de arara”.

De acordo com o relatório, 92,31% das escolas inspecionadas não possuem biblioteca, 95,87% não possuem laboratórios de informática e nenhuma possui laboratório de ciências. Chamou ainda a atenção dos auditores o fato de 25,61% das escolas visitadas não disponibiliza água filtrada para as crianças.

Os técnicos do tribunal constataram ainda a existência de escolas com estrutura física em situação precária, como identificado na Escola Municipal João Caciano, na localidade Várzeas, distante cerca de 20 quilômetros do centro da cidade de Barreiras do Piauí. De difícil acesso através de estrada rural, a escola tem paredes feitas de barro e madeira, cobertura de palha, com pontos de abertura no teto, chão de barro batido, sem banheiro, biblioteca, cantina, espaço para prática de esportes e condições de acessibilidade.

Os técnicos concluem no relatório que escolas como esta não possuem condição de estrutura mínima necessária a um bom desempenho educacional.

Outra constatação apontada é que a maioria das escolas visitadas não possui dependências acessíveis para pessoas com deficiência física.

O relatório de fiscalização será avaliado pelo Ministério Público de Contas e depois será analisado pelo conselheiro Delano Câmara, que apontará, em seu voto, as decisões pertinentes para apreciação em plenário.

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