Delegado diz que secretário mandou investigar quatro desembargadores

Delegado diz que secretário mandou investigar quatro desembargadores

Por Redação do Portal AZ,

O ex-superintendente da Seic (Superintendência Estadual de Investigações Criminais), delegado Thiago Bardal, revelou que o secretário de Segurança do Maranhão, Jefferson Portela, pretende investigar e prender vários desembargadores do Estado. O fato foi noticiado na tarde desta quarta-feira (27) pelo blogueiro maranhense Neto Ferreira.

O delegado Thiago Bardal (Foto: blog do Neto Ferreira)

De acordo com a publicação, Thiago fez a revelação ao juiz da 2ª Vara Criminal de São Luís, José Ribamar D’Oliveira Costa Júnior, no dia 12 deste mês, em audiência para instrução e julgamento.

Os alvos de Portela seriam os magistrados Fróz Sobrinho, Tryrone José, Guerreiro Júnior e Nelma Sarney. “Jefferson Portela me chama em seu gabinete e diz: enquanto eu for secretário vai sair desembargador algemado daqui. Tem que investigar Fróz, Tryrone, Guerreiro e Nelma”, afirmou Bardal.

Confira a matéria completa:

No dia 12 deste mês, o juiz da 2ª Vara Criminal de São Luís, José Ribamar D’Oliveira Costa Júnior, recebia em sala de audiência para instrução e julgamento, o ex-superintendente da Seic, delegado Thiago Bardal, que estava preparado a relatar diversos fatos bombásticos que levam a uma crise institucional entre a Secretaria de Segurança Pública (SSP) e o Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA).

Às 15h, o delegado inicia o depoimento, obtido com exclusividade pelo Blog do Neto Ferreira, e revela que o secretário de Segurança, Jefferson Portela, estava firme no próposito de investigar e prender vários desembargadores do Maranhão.

Os alvos de Portela seriam os magistrados Fróz Sobrinho, Tryrone José, Guerreiro Júnior e Nelma Sarney. “Jefferson Portela me chama em seu gabinete e diz: enquanto eu for secretário vai sair desembargador algemado daqui. Tem que investigar Fróz, Tryrone, Guerreiro e Nelma”, afirmou Bardal.

O ex-superintendente relatou também ao juiz que o chefe da SSP chegou a enviar 2 representações à Corregedoria Nacional de Justiça (CNJ), por meio da Polícia Civil e do Ministério Público, na tentativa de abrir inquéritos contra os magistrados.

O verdadeiro motivo do desejo de Portela em investigar os desembargadores seria a soltura frequente de assaltantes de banco, de acordo com o depoimento de Bardal.

Para enviar uma das denúncias ao CNJ, foi feita uma reunião na sede da Secretaria entre o chefe da SSP e Tiago, onde foi traçada uma estratégia de encaminhar o documento contra o desembargador Tyrone José Silva após uma decisão dada pelo magistrado.

“Ele [Jefferson Portela] me mostrou uma decisão que tinha saído. E disse: faça uma representação dele. Do Tyrone [José Silva], ao CNJ. Eu falei: doutor, não temos atribuição. Você faça! Chamou o assessor dele. Falou: ligue agora para assessora da Ministra Carmém Lúcia, que então era do CNJ, que representava o CNJ, marca uma reunião com ela, que nós vamos pessoalmente em Brasília levar essa representação.”

Em outro trecho do depoimento, Bardal diz que foi chamado novamente para fazer outra representação, pois havia saído mais uma decisão soltando integrantes de quadrilha de assalto a banco. O ex-superintende negou a solicitação e pediu para Portela colocar o Ministério Público e Gaeco no caso, o que aconteceu de fato.

“Não não, segundo o secretário é que as representações, eram assaltantes de banco estavam sendo soltos com tornozeleira. Ele queria abrir uma investigação. Foi que nessa segunda vez ele me chamou. Ele: outra decisão, vamos investigar. Aí eu disse não, isso não, o senhor quer investigar isso, coloque o Ministério Público, coloque o Gaeco, para investigar, foi quando ele chamou o Ministério Público. Quando o Ministério Público fez a segunda repsentação contra eles [desembargadores].”

Outro lado

Procurados pelo reportagem, os desembargadores Fróz Sobrinho e Nelma Sarney afirmaram que não irão se manifestar sobre o caso.

A reportagem também tentou contato com o magistrado Guerreiro Júnior, mas não conseguiu localizá-lo.

O Blog conversou com o vice-presidente do Tribunal de Justiça e ele evitou falar sobre o assunto.

Também foi feito contato com a Assessoria de Comunicação do TJ, mas até o fechamento da matéria não foi emitido qualquer esclarecimento.

A equipe tentou entrar em contato com o presidente do Tribunal, José Joaquim Figueiredo, mas ele não atendeu e nem retornou as ligações.
 

 

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