Máquina que causou morte de engenheiro e deixou feridos havia chegado de manutenção

Laudo que confirmará falha mecânica ou acidente será divulgado na segunda

Por Marcelo Gomes,

A máquina da usina Comvap que explodiu e matou o engenheiro eletricista Flávio Cavalcanti Veloso da Costa, de 71 anos, e deixou duas pessoas feridas, Ariosvaldo Douglas da Silva e César Carlos Oliveira Mesquita, havia chegado recentemente de São Paulo depois de uma manutenção.

A informação foi confirmada ao Portal AZ pelo diretor Industrial da Comvap, Luiz Fernando Melo, em entrevista coletiva na manhã desta quinta-feira (14). O laudo da perícia que confirmará se foi uma falha mecânica ou acidente deve ser divulgado na próxima segunda-feira (18).

O acidente ocorreu na empresa Comvap na última terça-feira ( Foto:reprodução Clique União) 

“Essa máquina que é da usina, mandamos para São Paulo, onde foi feito um trabalho de manutenção em uma das melhores empresas credenciadas do país, a TGM. E como se tratava de um equipamento turbina de vapor acoplado a um gerador elétrico, nós estávamos com assistência. A esse trabalho foi confiado a duas empresas, a TGM, empresa de turbina que estava com técnico deles no local e a empresa de elétrica que era do engenheiro Flávio Cavalcanti Veloso, de renome nacional. O engenheiro não era nosso funcionário, tínhamos um contrato com a empresa dele. Esse equipamento estava rodando desde o começo do dia em baixa velocidade e deveria entrar em marcha de começo no início da noite”, explicou Luiz Fernando Melo. 

Luiz Fernando Melo, diretor Industrial da Comvap (Foto: Marcelo Gomes / Portal AZ)

Segundo Luiz Fernando Melo, a suspeita é que uma peça chamada haste tenha se desprendido de uma válvula de baixa pressão ocasionando a explosão. Como o engenheiro estava próximo do equipamento, a peça rompeu e bateu no rosto do engenheiro elétrico Flávio Cavalcanti Veloso, que morreu no local.

“No local estava presente Ariosvaldo Douglas e o César Carlos que estavam acompanhando o engenheiro Flávio Veloso. Aparentemente a válvula que não era de alta pressão se rompeu e uma peça dela, a haste se desprendeu e ocasionou uma explosão na sala. Como o dr. Flávio estava próximo do equipamento, a peça [haste] bateu no rosto e pescoço dele e ele caiu. Os que estavam atrás dele, não receberam a pancada da peça, mas o vapor abriu e esse vapor provocou as queimaduras. Eu ainda não li o laudo do IML, mas essa é a suspeita, a certeza teremos quando o laudo sair”, contou. 

Estado de saúde 

De acordo com o diretor industrial da Comvap, o eletricista César Carlos Oliveira teve alta hospital. O outro funcionário da empresa, Ariosvaldo Douglas da Silva continua internado e não corre risco de morte. 

“O Ariosvaldo Douglas está numa UTI recebendo toda assistência médica, ao lado da esposa, sendo monitorado constantemente. Um médico, especialista em queimaduras, que a Comvap contratou estar acompanhando a situação deles. Por conta do acidente, eles ficarão afastados de suas atividades e terão acompanhamento psicológico. É bom ressaltar que no momento do acidente, todos eles estavam com equipamento de segurança, com capacete, não existiu nenhuma irregularidade”, afirmou. 

Entenda o caso

Um acidente na empresa Comvap, localizada entre as cidades de Teresina e União, deixou uma pessoa morta e outras duas feridas depois de uma explosão de uma válvula de pressão, no final da tarde dessa terça-feira (12). O acidente aconteceu em uma sala de geração de energia onde as vítimas faziam uma vistoria no local. 

O vapor quente que saiu da explosão deixou queimaduras graves em um eletricista e um engenheiro. Eles estão hospitalizados. Um consultor natural de Recife-PE, identificado como Flávio Cavalcanti Veloso morreu na explosão. Ele estava prestando serviço no Piauí. Os funcionários que ficaram feridos foram identificados como Ariosvaldo Douglas da Silva, engenheiro eletricista e César Carlos Oliveira, eletricista. 

Segundo a assessoria da Comvap, a empresa solicitou a presença da perícia criminal, do Instituto Médico Legal, da Policia Militar e vai prestar toda assistência necessária. Um perito externo também já foi convocado para fazer um levantamento sobre as causas do acidente, mas o laudo ainda não foi concluído. 

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