Empresário diz que loja de Flávio Bolsonaro fraudava notas fiscais

A declaração foi dada em depoimento ao MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro)

Por Poder 360,

O empresário Cristiano Corrêa Souza e Silva, que vendeu a franquia da loja de chocolates Kopenhagen a Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), disse que o senador fraudava notas fiscais. A declaração foi dada em depoimento ao MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro). O Jornal Nacional, da TV Globo, teve acesso ao depoimento e divulgou as informações nesta 5ª feira (13.ago.2020).

Empresário diz que loja de Flávio Bolsonaro fraudava notas fiscais (Foto:SérgiolIma)

Segundo o empresário, a loja de Flávio Bolsonaro vendia produtos a preços abaixo da tabela da Kopenhagen. Nas notas fiscais, no entanto, o valor registrado era o determinado pela matriz –ou seja, superior ao realmente praticado na franquia. Souza e Silva exemplificou que, no natal de 2016, clientes conseguiam comprar panetones por R$ 80, sendo que o preço tabelado era R$ 100.

O empresário levou o caso à Kopenhagen. Em vistoria, uma consultora da matriz comprovou a prática e filmou a ação. A equipe da TV Globo entrou em contato com a Kopenhagen, que confirmou a irregularidade. Disse que, na altura, o caso foi punido advertência e multa, uma vez que a venda abaixo da tabela contrariava cláusulas do contrato.

Depois da acusação, o empresário disse que ele e a mulher foram ameaçados, via WhatsApp, pelo sócio de Flávio na loja, Alexandre Santini. Registraram boletim de ocorrência, mas não seguiram com o caso. O Jornal Nacional procurou Santini, que não quis se manifestar.

Os negócios praticados na loja fazem parte da investigação do MP-RJ que apura se houve prática de “rachadinha” no gabinete de Flávio Bolsonaro na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro), quando era deputado estadual. Os procuradores suspeitam que a loja de chocolates era usada para lavar dinheiro.

Documentos obtidos pelo MP-RJ mostram que a filial mantida pelo senador tinha alta movimentação de valores em espécie. Além disso, faturava mais em períodos fora da páscoa, o que não é usual para lojas que comercializam chocolate.

A defesa de Flávio Bolsonaro disse ao Jornal Nacional que os promotores costumam “atacar a imagem pública” do senador e afirmou que a Procuradoria-Geral de Justiça deveria instaurar procedimento para “apurar a conduta de violação de sigilo profissional, já que o inquérito da ‘rachadinha’ é sigiloso“.

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