Preços dos alimentos cairão; Silvio Mendes Faz balanço de sua gestão
Segundo Fávaro, ovos ficarão mais baratos depois da Páscoa
Preços dos alimentos cairão mais nas próximas semanas

A recente queda global nos preços das commodities (bens primários com cotação internacional) fará os preços dos alimentos caírem ainda mais nas próximas semanas, disse nesta quarta-feira (9) o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro. Segundo ele, o recuo também ocorrerá por outros fatores, como a renovação dos estoques e a queda da demanda por ovos após a Páscoa.
- Participe do nosso grupo de WhatsApp
- Participe do nosso grupo de Telegram
- Confira os jogos e classificação dos principais campeonatos
“Hoje, eu recebi um dado do varejo e do atacado para a carne bovina. No varejo, ela já caiu e, no atacado, caiu muito mais. É o tempo de consumir o estoque pelo preço antigo, vai cair mais ainda no varejo, como já está se mostrando no atacado. Isso serve para óleo de soja, para arroz, para feijão. Após a Páscoa, os preços dos ovos também venham a ceder um pouco”, declarou Fávaro.
Segundo o ministro, o governo está começando a colher os resultados de medidas tomadas sem intervenção direta no mercado, preferindo agir pelo estímulo à safra e à ampliação da oferta.
“A gente está muito confiante de que, com as medidas tomadas de forma ortodoxa, sem nenhum tipo de pirotecnia, de estímulo à safra brasileira, os preços dos alimentos vão ceder na ponta para o supermercado, para o consumidor, mais do que hoje”, acrescentou.
Plano Safra
Fávaro reuniu-se nesta tarde com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para discutir o Plano Safra 2025-2026, que entrará em vigor em 1º de julho. Segundo o ministro da Agricultura e Pecuária, a prioridade da pasta será a subvenção das linhas de crédito do Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp).
“A ideia é que a gente gaste o máximo possível de recursos do Tesouro para manter o Pronamp nos níveis atuais, com juros de 8% ao ano. Mas isso requer muito mais recursos do Tesouro”, disse Fávaro.
O Plano Safra atual tem R$ 65 bilhões para a equalização de juros. Com a alta da Taxa Selic (juros básicos da economia) para 14,25% ao ano, a manutenção dos juros do Plano Safra em um dígito exigirá mais recursos do Orçamento. Isso porque o Tesouro Nacional cobre a diferença entre os juros subsidiados do Plano Safra e as taxas de mercado.
Grandes produtores
Para os produtores de grande porte, Fávaro diz que o Ministério da Agricultura e Pecuária negocia a ampliação de oferta de linhas vinculadas ao dólar. Segundo ele, o grande produtor está protegido da alta do dólar porque exporta boa parte da produção, que segue cotações internacionais.
“A linha dolarizada tem custo zero para o Tesouro, mas juros ainda abaixo de 10% [ao ano], sendo praticado hoje em 8,5% ao ano e custo da variação cambial para produtores que têm hedge natural [proteção contra o câmbio]. Serão as linhas gerais do novo Plano Safra para que possamos ter um Plano Safra maior que o do ano passado, apesar da Selic elevada”, observou o ministro.
Fávaro informou que se reuniu com o Banco do Brasil e que pretende discutir com outros bancos que operam o crédito rural o aumento da oferta de linhas de crédito dolarizadas.
Dr. Silvio Mendes faz balanço de sua gestão

O prefeito da capital, Dr Silvio Mendes, fez uma avaliação das medidas adotas nos seus primeiros meses de governo. Segundo o nosso prefeito apesar das dificuldades orçamentárias e da crise enfrentada, o saldo das ações tomadas é positivo, principalmente em áreas prioritárias como saúde, educação e limpeza pública.
Desafios
“Alguns desafios, alguns resolvidos, outros não, mas é a nossa missão atender a população nos seus direitos básicos. A população não pede muito e aqui acompanhado da Bíblia e de toda a sabedoria que ela me dá, a gente tem que se acalmar o espírito, tem que ter bom senso, equilíbrio e algumas coisas me angustiam muito. A quantidade de pessoas que nos procuram pedindo emprego, pedindo renda, então é uma coisa que me angustia muito”, afirmou.
Também nós fizemos alguns avanços olhando para a população mais frágil socialmente. Por exemplo, se você andar hoje na cidade, talvez muitos não tenham percebido, mas os venezuelanos saíram das ruas e o que incomodava mais eram as crianças que eram utilizadas para pedir dinheiro às pessoas. E, naturalmente, as pessoas davam pelo sofrimento. Os venezuelanos saíram, eles pensem se adaptar aos nossos costumes para poder conviver em paz. E as crianças foram matriculadas, aquelas na idade certa, nas escolas da prefeitura Teresina. Portanto, saíram da rua e foram para a escola. Outra abordagem que a Secretaria de Atenção Social está fazendo é em relação aos moradores de rua. Se disse que tinha 1.500, 1.600 moradores de rua Teresina, não tem. Foi feito um cadastro, tem um pouco mais de 300 moradores de rua, parte desses moradores são de Timon.
"Na zona rural também teve uma presença forte, que foi, por exemplo, reconstruir 70 quilômetros de estradas, também com a lógica, nas estradas onde passa o anjo escolar, o transporte coletivo, onde tem mais moradores, como prioridade de aproximadamente mil quilômetros de estradas vicinais que tem na zona rural de Teresina. Na próxima semana nós vamos fazer um dia de campo, porque na zona rural existem 19 campos agrícolas. Plantam tudo que plantam, ou eles consomem, ou vendem para a própria prefeitura, principalmente para a merenda escolar, e é uma renda garantida. E nós temos mais de 40 hortas na zona urbana e rural como, por exemplo, a grande horta do Dirceu. Estamos fazendo com ajuda da Embrapa que tem fornecido insumos e o cidadão pode comprar a verdura e o legume sem agrotóxico".
Creches têm mais crianças negras do que brancas pela 1ª vez

A porcentagem de crianças negras (40,2%) em creches brasileiras superou, no ano passado, a de brancas (38,3%) pela primeira vez na história. Os dados foram divulgados nessa quarta-feira (9), no Censo Escolar 2024, pelo Ministério da Educação (MEC). Em 2023, por exemplo, eram 35,1% brancas e 34,7% negras.
Nas creches públicas, especialmente, houve maior elevação de crianças negras: passaram de 38% para 45%. De acordo com a especialista Mariana Luz, diretora executiva da Fundação Maria Cecília Souto Vidigal (entidade que atua pelos direitos da infância), trata-se de um percentual significativo e importante.
“É a primeira vez que há um aumento do número de crianças negras na série (histórica). Também é a primeira vez que o número de crianças negras ultrapassa o de brancas na creche”, afirmou.
No entanto, a diretora da entidade alerta para o fato de que essa elevação não é suficiente e poderia ser maior em vista da necessidade de um processo histórico de reparação.
“Ao olharmos para os dados do Cadúnico, sabemos que essas crianças são, infelizmente, as mais vulnerabilizadas. E que deveriam ter prioridade para serem inseridas sobretudo nessa busca de inclusão na etapa da creche, que é voluntária”, pondera.
Busca ativa
Segundo a especialista, torna-se necessária a busca ativa de crianças negras para garantir o direito de estarem na sala de aula. No cenário brasileiro, a maior quantidade de crianças está em creches públicas (66%).
Mariana Luz diz que há uma boa notícia de que o Brasil vem numa crescente de matrículas na educação infantil, primeiras etapas da educação básica. “Elas são fases estruturantes para o processo de desenvolvimento da criança. A da primeira infância, que compõe essas duas etapas escolares, é uma fase onde há um pico de desenvolvimento”, observa a especialista.
"A todo o vapor"
A fase da educação infantil, de acordo com Mariana Luz, é quando o cérebro está “a todo vapor” e fazendo um milhão de conexões por segundo. Até os seis anos de idade, 90% do cérebro se constituem.
“Quando a criança recebe uma educação de qualidade na educação infantil, ela tem o maior potencial de ter uma jornada educacional ao longo de toda a sua vida, na qual vai aprender até três vezes mais”, diz.
Entre os impactos da presença das crianças na educação infantil, há, segundo Mariana Luz, o estímulo ao processo cognitivo e socioemocional e, no futuro, reflexos econômicos para as pessoas.
“Está comprovado por uma série de estudos e evidências que a educação infantil de qualidade gera retornos econômicos, como maior inserção no mercado de trabalho”.
Para ela, é necessário priorizar e considerar urgente essa fase de tendência de garantia do acesso. De forma geral, em relação à creche, o número de matrículas cresceu em 1,5% e 59% das crianças estão em tempo integral.
Estagnação
No entanto, a especialista analisa que houve, a par dos crescimentos pontuais, uma estagnação das matrículas em creche. “Embora não tenha havido retrocesso, a melhora não é significativa”. O Plano Nacional de Educação prevê uma meta de 50% das crianças em creches, mas essa porcentagem ainda está em 38,7%.
Outro alerta trazido no censo é que em relação à pré-escola, houve queda de 0,6%.
“Quando a gente olha para as crianças que estão fora da pré-escola, notadamente são aquelas em maior vulnerabilidade socioeconômica”. São essas crianças, conforme analisa a especialista, que mais iriam se beneficiar da inserção na escola em ambiente de aprendizagem, de desenvolvimento e proteção.
A responsabilidade com a educação infantil é da gestão municipal. No entanto, Mariana Luz lembra que deve se levar em consideração o pacto federativo para que os estados e também a União possam garantir a entrega desse serviço com qualidade, infraestrutura e professores qualificados.
“Um sistema que de fato olhe para a criança como prioridade absoluta. Que entenda essa fase da vida como a maior janela de oportunidade para quebrar os ciclos intergeracionais de pobreza e para enfrentar as tamanhas desigualdades do nosso país”, disse.
Fonte: Agência Brasil / PMT