A receita e a dúvida

A receita e a dúvida

Existe uma grande celeuma no mundo científico relativa ao conjunto de medicamentos a ser aplicado nos casos do combate à COVID-19. Com o rigor devido, o tratamento se divide  em três fases: a inicial, a intermediária ou aguda, e a terminal, de emergência. Nesta última, é o caso de internação em UTIs, com uso de ventiladores e entubação, e o paciente é colocado em coma induzido. Na intermediária, já se dá a internação do paciente, e os cuidados são maiores, até porque já existe uma porta aberta para a fase seguinte da infestação, ainda mais grave. Na ordem inversa, parece que muitos países se esqueceram exatamente do ponto de partida do vírus, o estágio inicial, em que os sintomas são simples, e o tratamento, eficiente e barato. Isto exige duas coisas: a primeira delas, a massificação dos testes, o que foi feito na Alemanha, por exemplo, demonstrando que a identificação precoce da doença permite o tratamento mais simplificado. Mas no Brasil a questão eminentemente técnica passou a ser objeto de uma disputa política, colocando de um lado o presidente Bolsonaro defendendo, como se médico fosse, o uso da cloroquina, droga inicialmente aplicada em pacientes chineses. Essa substância é contestada no meio científico, mas de resultados satisfatórios, como o caso do hospital regional de Floriano (que é do governo do Estado), onde o tratamento precoce da doença desafoga o congestionamento de hospitais, e o número de mortes tem sido bastante reduzido, também. Por isso mesmo os dados de Floriano chamaram a atenção do governo federal, e, em particular, do próprio Bolsonaro que enviou a ministra Damares Alves para verificar in loco a situação levando-a a divulgar aos quatro cantos que comprovou a eficácia do tratamento que inclui anti-agregante, antiviral e antibióticos. Assim, nada mais justo surjam os apelos, inclusive de médicos, para  que o governador Wellington Dias adote o mesmo procedimento em todos os hospitais da rede estadual, porque os resultados positivos são a chave mestra para impedir a multiplicação dos casos e os riscos cada vez mais iminentes de mortes em profusão. Ou será que a indústria da licitação liberada, pela calamidade, continua sendo a chave de todo o problema? É custoso acreditar que a solução barata não seja de interesse de todos, especialmente se tem o poder de salvar vidas e impedir o colapso da rede de saúde. Se existe uma receita que está dando certo, e esse protocolo é creditado à médica Marina Bucar, de Floriano, não há porque permanecer a dúvida quanto ao imediato tratamento com as drogas salvadoras!

Ministra Damares Alves espalhou ao mundo que um hospital estadual no interior do Piauí cura o coronavírus. Tudo que o chefe dela, Bolsonaro, queria para enfrentar os governadores

Não vendo fiado 

No atual cenário da pandemia do coronavírus se vê de tudo nas redes sociais. 
Até comerciantes espertos, como esse que postou a placa na frente da sua loja:
“Devido o novo ‘corona vírus’ não estou vendendo fiado. Vai que você morre!” 

Bandeira branca

Bolsonaro acenou para o diálogo com os governadores, ao predizer que com o isolamento social, o povo vai morrer de fome.
Só quem apoia o presidente é a turma do ‘cercadinho’ do Palácio da Alvorada.

Contas mal feitas

O ex-prefeito Edison Capote, de Barras, deu adeus, ontem, a qualquer tentativa de disputar as eleições deste ano.
Porque o TCE, por um placar de 6x1, rejeitou o seu recurso, tornando-o inelegível por oito anos.

Lei seca

Hoje, no resto do país, é um dia como outro qualquer. No Piauí será cumprido feriado porque o governador resolveu antecipar o Dia do Piauí, 19 de outubro.
Mas o dia começa com a lei seca imposta pelo governador Wellington Dias, em todo o estado, como medida de prevenção ao coronavírus e, também, aos acidentes no trânsito.

Ir e vir, não pode

Mas o dia reserva também outras proibições, como as aglomerações e o impedimento de circulação de transporte interestadual.
O governador pediu o apoio da PRF, do Exército, da Marinha e Aeronáutica.

Na água e no ar

A ajuda da Marinha e Aeronáutica é para prevenir passeios pelos rios e mares e voos pelos ares piauienses.
Qualquer ente flagrado, segundo a ordem de Wellington Dias, será autuado e preso.

Golpe do auxilio

Como que tentando entender as ações dos militares que se aproveitaram da liberação emergencial dos R$ 600,00, Jair Bolsonaro resolveu generalizar.
Agora diz que muita gente deu o golpe para pegar esse bendito dinheiro.

Devolução

O TCU está determinando que os milhares de militares que deram o golpe do auxilio emergencial, devolvam os R$ 600,00.
Todos devem ser denunciados, se espera.

Prisões necessárias

Ontem a Polícia Federal prendeu até um ex-presidente da Assembleia Legislativa e outros mais metidos com as vendas de respiradores e outros EPI, no Rio de Janeiro.
A coluna já sugeriu a construção de ‘cadeias de campanha’ porque vai faltar espaço para tanta gente que será presa até terminar a pandemia.

Solução para o Brasil

A ministra Damares Alves retornou a Brasília eufórica, ontem, anunciando que a solução para o Brasil foi encontrada no hospital estadual Tibério Nunes, de Floriano.
Ela se disse ‘impactada’ com a história de que a cloroquina estava curando pacientes na cidade.

Propaganda

Damares fez logo a propaganda do prefeito Joel Rodrigues: “o prefeito não mandou cavar covas e nem comprou caixões”. 

Mas o Kim...

Pois é, enquanto a ministra Damares enche a bola do prefeito Joel Rodrigues, lá no litoral o prefeito de Luís Correia, Kim do Caranguejo está sofrendo todo tipo de escarnio.
Porque se descobriu que ele vai pagar R$ 753 mil com caixões, velas e mortalhas.
Ou seja, o prefeito Kim está antevendo dias difíceis para os moradores da cidade.

Senhor de posses

É claro que a turma só pega no pé – e bate pesado – do prefeito Kim porque a sua gestão em Luís Correia é das mais desastrosas.
A não ser pelo dinheiro gasto que aparece na transparência, o que o prefeito de Luís Correia tem feito na cidade é invisível.
Ninguém vê nada que preste. Ah, dizem que ele está rico e nem caranguejo vende mais.

Protocolo

A prefeitura de Teresina endereçou ofício a várias entidades médicas solicitando posicionamento em relação ao protocolo utilizado para o tratamento do coronavírus.
Destaca a PMT que grupo de médicos apresentou outro protocolo de atendimento e vem divulgando que a rede pública de saúde adote tais procedimentos.

Ação pública

O Procurador da República Kelston Lages entrou com ação civil pública contra o Governo do Piauí, a Prefeitura de Teresina e a União para que a Justiça Federal obrigue a utilizarem a hidroxicloroquina e outras medicações na fase inicial da covid-19 em pacientes.
O procurador deve estar bem assessorado tecnicamente.

Tortura? Onde?

A Secretaria de Justiça encaminhou nota ao Portal AZ para exigir uma ‘denúncia concreta e formalizada’ sobre as supostas práticas de torturas na penitenciária de Altos. Quer que sejam fornecidos os nomes dos supostos detentos alvos dos maus tratos.
Está aí a evidente indisposição para se apurar qualquer coisa. Never, coisa nenhuma.

Velada omissão

Nos áudios divulgados já se tem a perfeita noção de como os presos são tratados.
Deixar de investigar é dar uma pública demonstração de cumplicidade. Omissão, por assim dizer.
Apelar a quem, então? Quem sabe ao bispo, já que não se tem manifestação sequer do MP.

Fatos denunciados

Enquanto a Secretaria de Justiça finge que não vê e nada sabe, o que se denuncia são deslocamento de maxilar, dedos quebrados, hematomas nos olhos, provocados por spray de pimenta ou por cassetete, mãos quebradas, falta de comida e até prática de extorsão  na cadeia de Altos.

Relatos apavorantes

Os relatos, disponibilizados pela advogada Carol Jericó, em live, nas redes sociais, são apavorantes e injustificados.
Ela chama a atenção até para organismos internacionais, já que no Piauí o governador faz ouvido de mercador e as demais autoridades do judiciário e legislativo fingem que tais atrocidades não ocorrem.

Toc toc

Agora, chegar e bater na porta da penitenciária, pedindo permissão para entrar, sem que investigue sequer as chamadas ‘triagens’, onde se diz os detentos são guardados longe das visitas, para sarar os machucados, não se apura nada.
Qualquer ação tem que ser para surpreender. E não combinar nada.

Esquisitices governamentais

Tem algo esquisito nessa contratação do hospital de campanha no ginásio Verdão.
Circula uma nota de empenho referente ao pagamento da primeira parcela no valor de R$ 4.858.253,17, mas fala que se trata de um “acordo de parceria para pesquisa, desenvolvimento e inovação em gestão pública”.

Cadê os equipamentos?

Se essa é a primeira de cinco parcelas referentes à tal pesquisa de desenvolvimento e inovação, quanto vai custar toda a montagem do hospital e seus respectivos equipamentos.
Melhor repassar essa história para o MPF, porque procurador da República adora fazer contas quando se trata de recursos públicos da União.

Ping-Pong
Sem milagre

Quartel general da campanha de Mão Santa ao governo do Estado, em 2006. O candidato ao Senado, Ari Magalhães, de baixa performance nas pesquisas, se aproxima do marketeiro Erivelton.

Ari: “Doutor, o que é que eu faço pra melhorar a minha votação?”
Erivelton: “Nós estamos fazendo de tudo, mas é difícil?”
Ari: “Mas você não é marketeiro?”
Erivelton: “Sou sim, doutor, mas não sou milagreiro”.

Expressas

O Piauí não registrou morte nas últimas 24h por causa da pandemia da covid-19. Com a atualização no boletim, o número de óbitos permanece em 60. 

A taxa de ocupação dos leitos semi-intensivos (leitos de estabilização) e de UTI exclusivos para tratamento de pacientes com Covid-19 já chegou a 64,46% em Teresina.

O Núcleo Multidisciplinar Lei Maria da Penha da comarca de Picos iniciou os atendimentos às vítimas de violência doméstica por meio do aplicativo WhatsApp. 

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