A tragédia tem várias assinaturas

A tragédia tem várias assinaturas

Esse jornalista nem sabe direito como começar a abordar a tragédia que se abateu sobre a família do ex-senador e ex-governador Freitas Neto, que teve a filha vitimada pela falta de serviço médico condizente e compatível com um simples parto, acontecido ontem, em Teresina. Erro médico ou fatalidade, o episódio logo remete aos graves casos de mortes de mulheres em decorrência de partos no Piauí. Em pleno século XXI, mortes em partos programados são cada vez mais raras em todo o mundo civilizado, inclusive no Brasil, onde existe uma rede de médicos e profissionais da área de obstetrícia  preparados e aptos a desempenhar o seu trabalho com a perícia necessária que permita a sobrevida do nascituro e, também, da parturiente. Mas, o que se viu na manhã de ontem foi uma jovem sadia e feliz, que se encaminhou para a maternidade particular para realizar o sonho de ser mãe, bem assistida e bem encaminhada no pré-natal, que teve um desenlace impensável e inaceitável, sob todos os aspectos, com sua morte logo após o parto. Existem culpados? Se não nesse caso, mas a notória falta de estrutura do estado nas maternidades públicas (e também privadas) é a matriz de todos esses problemas. A caótica maternidade Evangelina Rosa tem sido palco de inúmeras intervenções por parte do Ministério Público, e até mesmo de órgãos da classe médica, diante das condições precárias para a realização de cirurgias. A nova e decantada maternidade da zona Leste só existe no discurso do governador, pois encontra-se em construção desde 2008, entre idas e vindas, ações e processos judiciais, enfim, uma obra inacabada, que, em momentos destes, mostra a sua necessidade e urgência de rápida implementação e funcionamento. Mas o governador e o secretário de saúde se esmeram em divulgar notícias falsas, de que a maternidade está sendo concluída. Santa enganação. Quantas anônimas já não perderam suas vidas, por conta da leniência e até irresponsabilidade desses gestores? Quanto à fatalidade que vitimou Kiki Freitas, vejam que estamos falando da interrupção da vida de alguém com recursos suficientes para se deslocar para uma maternidade particular, e, mesmo assim, ser vitimada por uma situação inesperada, que acende o sinal vermelho de que o governo estadual precisa agir para evitar outras mortes anunciadas pela carência de estrutura física e operacional das maternidades públicas da capital e do interior do estado. Nisso também a crítica se estende aos prefeitos, especialmente de Teresina, onde a maternidade pública municipal deixa muito a desejar. Como dito, a grande revolução no setor materno-infantil, prometida pelo então secretário de saúde Assis Carvalho (igualmente morto em uma emergência de hospital do interior sem a mínima condição de salvar-lhe a vida) não saiu do papel, e o que a população dispõe é de um arremedo de maternidade pública, o que mostra, no caso da filha de Freitas Neto e tantos outros anônimos, que a tragédia tem as digitais de muitas autoridades, que nada fazem pra impedir esses absurdos recorrentes. Até quando a omissão vai ser apenas exposta com notícias macabras e votos de pesar? A sociedade organizada precisa cobrar de modo mais intenso e direto, sob pena de ser corresponsável por tantos óbitos desnecessários e assustadores. Chega de  nomear gestores para órgãos como uma maternidade apenas com o intuído de ter o voto, como moeda de troca. Na Evangelina Rosa, em governos passados, nasceram milhares de anônimos e filhos de famílias ditas importantes. Hoje, infelizmente, a velha maternidade engrossa a negra estatística de óbitos.


Eliane Nogueira sairá da discreta condição de sempre prendada do lar e dos negócios da família para a exposição pública no mandato de senadora da República. No lugar do filho que será ministro (Foto: reprodução internet)

O preço dos 800

Poucos sabem, mas o senador Ciro Nogueira só foi convidado para assumir a Casa Civil porque ele ameaçou romper com Bolsonaro.
O motivo: acusou Paulo Guedes de ter aprovado o empréstimo de R$ 800 milhões para o governo de Wellington Dias.

Queixa ao presidente

Ciro Nogueira foi bater no Palácio do Planalto para se queixar ao presidente. Bolsonaro, segundo fonte da coluna em Brasília, teria feito o convite para que ele assumisse a Casa Civil.
“Você aqui vai manter o controle e evitar que isso aconteça”, disse Bolsonaro.

Barrar o empréstimo

O presidente teria dado carta branca ao senador piauiense, dizendo “agora tudo passará por suas mãos”.
Ontem, se especulava que Ciro ainda tentará barrar o empréstimo autorizado por Paulo Guedes ao governo piauiense através do Banco do Brasil.

Adeus à candidatura

Sendo ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira lança mão da candidatura ao governo do Estado.
Já se especula dentro do Progressistas que ele pode apoiar JVC o Sílvio Mendes.

Reforma fisiológica

O que se diz em Brasília é que essa é uma reforma puramente fisiológica.
Bolsonaro, além de entregar a Casa Civil ao chefe do Centrão, vai criar o ministério do Emprego e Previdência, desmembrando o Ministério da Economia.

Até quando?

Quantas mulheres ainda terão que morrer para chamar a atenção de um gestor leniente farsante e, sobretudo, irresponsável?
Mulher morria de parto há 100 anos. Hoje isso não se admite mais. Tem que ser apurado.

Maternidades precárias

Mas isso ocorre no Piauí porque aqui, apesar dos esforços individuais dos médicos, as maternidades privadas também não têm estrutura, deixam muito a desejar e a maternidade pública não existe.

Velho matadouro

A Evangelina Rosa que em governos anteriores era grande referencia de eficiência, se transformou no matadouro público e a tal da maternidade nova que  o governador vive fazendo  proselitismo e propaganda falsa está há mais de 10 anos sendo construída.
Obra inacabada.

Leniência

Isso é um crime, e não se tem ninguém dos órgãos de controle que tome providência. Há leniência do chefe do governo e cumplicidade dele com os agentes que nomeia.

Escambo político

O diretor da Maternidade Evangelina Rosa há muito tem sido denunciando por procuradores da República, promotores de Justiça e pelo CRM, pelo descalabro a que a maternidade se transformou, mas continua lá, porque ele faz parte de um escambo politico eleitoral que dá votos para o governador.

Caso de polícia

Ontem, moradores da zona sul esperavam a manhã inteira por um ônibus, no sentido shopping. Nenhum apareceu.
Apareceram os exploradores, em carros particulares, oferecendo-se para transportá-los, ao preço de R$ 5,00 por pessoa.
Até quando o prefeito vai permitir isso?

Até quando?

Ou não seria melhor perguntar: até quando a população vai aceitar a desídia dessa administração que tem dado mostra de não ser capaz de resolver sequer o problema do transporte público?

De filho pra mãe

Caso se confirme a ida de Ciro Nogueira para a Casa Civil da Presidência, assume o mandato sua mãe, Eliane Nogueira.
Com 72 anos de idade, a primeira suplente declarou em 2018 à Justiça Eleitoral ter o ensino médio completo e um patrimônio de aproximadamente R$ 3,6 milhões.

Estreia

Sempre ativa nas campanhas eleitorais do marido e do filho, embora jamais tenha ocupado cargo eletivo, não restará opção à Eliane Nogueira senão assumir o mandato.
Até porque o segundo suplente do Senador é o atual prefeito de Picos, Gil Paraibano.

Revide

Enquanto sonha com o apoio da oposição para ser candidato a governador, João Vicente Claudino acompanha o movimento dos deputados petebistas Nerinho e Janaína Marques, que devem deixar o barco do PTB para salvar seus pescoços.
JVC não descarta a possibilidade de lançar um candidato seu à Assembleia Legislativa.

Pontapé

Eleito com apoio da deputada e primeira-dama Rejane Dias, o prefeito de São João do Piauí, Ednei Amorim, já deixou claro que não tem como deixar de votar no filho do senador Marcelo Castro para a Câmara dos Deputados em 2022.
Ednei já despachou também o deputado estadual Firmino Paulo, que lhe apoiou nas eleições municipais do ano passado.

Quem te viu!

A mídia nacional tem divulgado entrevista de Ciro Nogueira, em 2017, à mídia do Piauí em que se dizia eleitor de Lula e chamava Bolsonaro de fascista.
Mas isso não é nada. Político brasileiro é como camaleão. Muda de opinião na medida dos interesses.

Justiça lenta 1

Olha só a aflição de um paciente, em situação de risco.
Advogada Noélia Sampaio espera, desde anteontem, que apareça um juiz – que não se sabe se da Vara da Fazenda, ou não – que despache liminar para imediata internação de um paciente em fase terminal.
E aí é que começa o calvário, do disse-me-disse do atendente/assessor da vara que não resulta em nada.

Justiça lenta 2

A primeira ação do assessor é negar fornecer o contato do juiz  e tome tempo para uma solução de caráter de urgência.
Quando, enfim, ela consegue falar com o juiz, sua excelência  apenas diz que o caso tem que ser encaminhado para o núcleo de Saúde do TJ para aguardar parecer, determinando a redistribuição para o ‘juízo competente’.

Justiça lenta 3

O paciente – se resistiu de ontem para hoje – encontra-se num leito de uma Upa aguardando a bendita decisão do juiz para ser transferido para uma UTI.

Ping-Pong
Direitos crustáceos

O publicitário Marcus Peixoto leva a Romildo Mafra um amontoado de queixas de foliões de que a medida do Ibama em proibir a catação de caranguejos prejudicava o carnaval nas praias de Luís Correia.

Marcus: “Você já viu falar em carnaval, praia e sem caranguejo?". 
Romildo: “Não, mas eu tenho que defender os direitos dos caranguejos...”Marcus: “Direitos de que?...”Romildo: “O direito de amar e procriar”. 

Originalmente publicado em 26 de fevereiro de 2004.

Expressas

A Secretaria Municipal de Educação (SEMEC) vai realizar no mês de agosto o Censo dos Professores Públicos Municipais de Teresina 2021. 

Teresina registrou um saldo positivo de aumento do nível de emprego e renda nos cinco primeiros meses de 2021, segundo dados do Caged. 

O MP expediu uma recomendação solicitando à Semar que suspenda imediatamente a transferência dos animais do Parque Zoobotânico de Teresina.

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