Piauí é o Estado com segundo maior volume em recursos para a saúde

Até o senador Ciro Nogueira, que é oposição a Lula, festeja a chegada de tanto dinheiro

28/06/2024 07:54
Atualizado 01/07/2024 | 14:23

Para prefeituras

Em uma reportagem na sua edição impressa desta quarta-feira, o jornal O Globo diz que o Piauí é o segundo estado brasileiro em valor per capita de recursos de emendas de comissão destinadas à saúde.
O valor total empenhado – ou seja garantido, mas ainda não repassado – para o estado neste ano soma R$ 258,32 milhões, ou R$ 78,97 por habitante.

Emendas parlamentares

Segundo o Globo, os recursos derivam de emendas direcionadas à Saúde, “alvo de cobiça dos parlamentares pelo potencial de dividendos eleitorais.
Os colegiados têm privilegiado Alagoas, estado do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL)”, que não respondeu ao jornal.
Alagoas, que é também a terra dos senadores Renan Calheiro e Renan Filho, do MDB, pai e filho, o último ministro dos Transportes, tem empenhados R$ 444,45 milhões em emendas na área da saúde – ou R$ 142,2 per capita, quase o dobro do valor por habitante do Piauí.

Terceiro lugar

O Maranhão fica com o “bronze” nos valores per capita dos empenhos, com R$ 66,02, mas um volume maior que os dois primeiros: R$ 447,42 milhões do total de 5,7 bilhões empenhados pelo Ministério da Saúde reservados para as despesas – conforme dados do Fundo Nacional de Saúde citados por O Globo.

Minas, a lanterna

Minas Gerais, que tem mais que a soma das populações de Alagoas, Piauí e Maranhão, soma empenhos per capita de R$ 21,40 – ou valores totais empenhados de R$ 439,63 milhões, menos em termos absolutos que Maranhão e Alagoas.

Ciro Nogueira

Um dos que soltam rojões com esse dinheirama toda para a saúde é o senador Ciro Nogueira, opositor nas redes sociais do governo Lula.
Ele postou: “saúde de qualidade é prioridade pra mim, por isso fico feliz em anunciar que mais de 100 municípios do Piauí receberam esta semana recursos para o custeio nesta importante área”.

Para onde vai

Oposição também ao governo estadual, Ciro mapeia o roteiro por onde seguirão os recursos e fala da satisfação de ter contribuído:
“Esses recursos irão aprimorar as ações dos serviços de atenção primária, média e alta complexidade na saúde, beneficiando quem mais necessita: a população. É mais investimento para as prefeituras e mais qualidade no atendimento de saúde.
Continuarei trabalhando para que os recursos cheguem aos municípios e, assim, os piauienses desfrutem de atendimentos de saúde digno e de excelência.”

Ar-condicionado de milhões

Os órgãos de fiscalização e controle no estado do Piauí têm se esmerado em virar objetos de decoração de elevado custo.
Por isso, os colunistas resolveram indagar a quem possa dar uma resposta aceitável, o que pode levar uma Prefeitura como a de São José do Divino, no norte do estado, a adquirir R$ 401.883,17 em peças para manutenção e reparação em sistema de ar-condicionado automotivo em veículos pertencentes à sua Secretaria Municipal de Saúde.

Sem placas

Se forem somadas as obras de pavimentação feitas pela Secretaria de Turismo, facilmente se chega à casa de duas dezenas de milhões de reais.
Mas nem com todo esse dinheiro ocorreu de uma cabeça iluminada naquela pasta gastar um pouco menos – e bota bem menos nisso – para recompor a sinalização turística no Litoral do Piauí.
O turista, esse chato, que se vire para saber onde ficam os pontos de visitação.

Foto: Reprodução/Internet Barra Grande-PI

Litoral piauiense não tem sinalização sobre os pontos turísticos. A Setur só tem dinheiro para calçamento

Hotel chique

Teresina acaba de ganhar, sem o alarde que costuma causar esse tipo de serviço, um hotel boutique. Atende pelo nome de Monã, expressão da língua dos povos guarani para definir a divindade que criou o mundo, o céu, a terra e os seres vivos.
O hotel fica na avenida Homero Castelo Branco.

Desconhecimento

Na carta de drinks do hotel, o chefe do bar do hotel explica que as pessoas são recebidas com a saudação “anauê”, o que para quem conhece História do Brasil tanto é espantoso quanto indigno.
O que se depreende é que quem escolheu o nome do hotel e a saudação pode até ter lido sobre a língua e a cultura guarani, mas entende pouco de História.

Foto: Reprodução

A foto do anauê

Saudação fascista

Diz-se isso porque o pessoal do hotel, do dono ao chefe do bar, trafega da beleza de reconhecer a existência de uma fé entre os povos originários (Monã) para o uso de uma expressão que era a saudação dos fascistas brasileiros (anauê), que nos anos 30 era uma espécie de filial brasileira do nazifascismo.

Águas turvas de Teresina

Além de ter estragado boa parte do pavimento das ruas da cidade, a empresa Águas de Teresina também é uma corporação que age em águas turvas na relação com seus usuários – já que clientes não são, uma vez que não podem escolher quem fornece serviços de água e esgoto.
Obter uma resposta a uma demanda legítima e justa nesta companhia é um suplício.

Burocracia e maldade 1

Veja um caso recente em que um usuário, de 98 anos de idade, teve seu fornecimento suspenso por falta de pagamento de uma fatura, não por culpa dele ou de seus cuidadores, mas dos bonitos da Águas de Teresina, que por razões que a própria razão desconhece não mandaram a fatura para o banco em que o usuário é cliente. A vítima não pagou a conta, lançada em débito automático porque não havia uma fatura para tal.

Burocracia e maldade 2

A filha do usuário foi em busca de saber das razões para o corte. Descobriu haver um aviso anterior, lançado de qualquer jeito em caixa de correio. Desfez o mal entendido, pagou a fatura não lançada no sistema bancário, e pediu a religação.
Em vez de presteza e pedido de desculpas, o funcionário responsável pelo restabelecimento do fornecimento foi lacônico e torpe, recomendando que ela esperasse 24 horas,
Será que diria isso se fosse o pai dele, de 98 anos, que precisasse da água na torneira?

O decreto mentiroso

O mais curioso nessa história é que no aviso de corte, a Águas (turvas) de Teresina informa que procede assim com base em um decreto municipal.
A filha do usuário (não cliente, já que não pode trocar de fornecedor) foi saber o teor do decreto e, pasmem, descobriu tratar-se de um decreto nomeando uma pessoa.
O decreto que norteia os serviços de água na cidade é outro.
O leitor pode conferir abaixo.

Foto: Reprodução