Pediu pra sair (e voltou?)
Carlos Augusto, ex-secretário de Justiça do Piauí, foi exonerado “a pedido” após denúncias graves de exclusão ilegal de PCDs no concurso da Polícia Penal. O curioso é que, menos de 24 horas depois, o próprio afirmou que já foi renomeado. Segundo ele, tudo não passou de uma “formalidade administrativa”.
Exoneração-relâmpago, retorno-relâmpago
Publicada no Diário Oficial em edição suplementar, a exoneração de Carlos Augusto durou menos que um dia. Segundo fontes no Karnak, a encenação teria como objetivo conter o escândalo sem sacrificar o aliado fiel, que segundo disse uma língua ferina do Karnak, foi em Brasília pedir socorro ao Capo di tutti capi, Wellington Dias.
O povo, claro, é quem assiste de camarote — sem muita paciência.
Crise na SEJUS
Quem responde pelas ilegalidades?
A saída e volta de Carlos Augusto não encerram a crise na Secretaria de Justiça. Pelo contrário. A exclusão de candidatos com deficiência, mesmo após nomeação e curso de formação, continua sem resposta clara.
O silêncio institucional grita mais alto que qualquer justificativa burocrática.
PCDs eliminados por “retardo mental leve”
Entre os absurdos do concurso: a exclusão de candidatos com deficiência intelectual leve, aprovados em todas as fases, com base em laudos do CIASPI — contrariando o próprio decreto estadual.
Avaliações biopsicossociais ilegais foram usadas como critério de posse, o que pode configurar violação de direitos humanos.
Feudo familiar
Enquanto candidatos lutavam na Justiça por seus direitos, o secretário mantém um verdadeiro clã em cargos públicos.
A esposa e duas cunhadas com cargos comissionados no TJ-PI e SEJUS, além do sobrinho, diretor jurídico da pasta.
Meritocracia virou piada interna.
Decisões e liminares caindo como dominó
Carlos Augusto acumulava vitórias jurídicas estranhas. Liminares e sentenças favoráveis aos candidatos aprovados caíam rapidamente no TJ-PI. O detalhe: familiares do ex-secretário ocupam cargos estratégicos. Coincidência, apenas isso.
O impacto seletivo de R$ 10 milhões
Uma das decisões mais polêmicas é a decisão do TJ-PI que suspendeu a convocação de aprovados, alegando impacto financeiro.
O mesmo impacto não foi lembrado quando o governo nomeou dezenas do cadastro de reserva.
Dois pesos, duas medidas
Quis custodiet ipsos custodes?
A estrutura revelada pela crise na SEJUS vai além de um concurso problemático. É um retrato da promiscuidade. O Estado do Piauí precisa decidir se vai proteger seus cidadãos ou seus amigos no poder.
Rafael banca ou abandona?
A dúvida que paira é se o governador Rafael Fonteles vai manter Carlos Augusto no cargo, mesmo após escândalos públicos, ou vai cortá-lo antes que o desgaste contamine seu projeto político para 2026?
Afinal se cair, fica na conta do Papa, ou melhor, Wellington.
Cadê o Arimatéia?
Durante a reinauguração do restaurante popular no Mercado Central de Teresina, o prefeito Silvio Mendes surpreendeu quem acompanhava a cobertura jornalística do evento. Antes mesmo de falar sobre obras ou política, Silvio olhou para o repórter do Portal AZ e soltou, em tom de nostalgia: “Cadê o Arimatéia?”.
A referência era ao jornalista Arimatéia Azevedo, fundador e ex-editor do portal, que hoje está proibido judicialmente de exercer a profissão — num dos casos mais escancarados de perseguição política e censura prévia da história recente do país.
PM de luxo para obra milionária?
Uma prefeita da região norte do Piauí está dando demonstrações de que poder, no seu caso, não tem limites. Enquanto a segurança pública segue precária em várias cidades do interior, ela decidiu designar — pasmem — um soldado da Polícia Militar para fazer vigilância particular em uma obra de mais de R$ 3 milhões que está erguendo na zona leste de Teresina. O local, que vai abrigar uma loja de sua propriedade, virou ponto fixo de guarda fardado.
A pergunta que não quer calar: o comandante da PM sabe disso? E se sabe, permite?
O novo decretão Parnaibano
Mandaram essa nota: “comenta-se em Parnaíba que o prefeito Francisco Emanuel ainda vai concluir a restruturação administrativa, posto que figuras de extrema confiança e até com relações de parentesco com a deputada Gracinha continuam no 1º e 2º escalões.
Ei-las:Zulmira Correia, Sec. de Gestão, é casadacom primo legítimo do ex-prefeito Mão Santa,e seu genro, Thiago Judah Sampaio, é o Sec. de Saúde. Danilo Rêgo, Sec. de Educação, era o braço forte da deputada nas licitações da Educação. Ticiano Ribeiro, Sec. de Trânsito, espécie de faz-tudo da deputada, inclusive confidente para matérias eleitorais, ainda hoje lhe presta informações da gestão. Em comum, todos esses são obedientes à deputada Gracinha, Dona Adalgisa e ao ex-secretário Gil Borges, este defenestrado de forma humilhante da secretaria de Fazenda.
Esclarecimento
A Fundação Municipal de Saúde informa que a funcionária mencionada é efetiva e foi exonerada do cargo de Diretora de Recursos Humanos em dezembro de 2024. Entretanto, o salário mencionado é decorrente de sua estabilidade gestacional, garantida por lei, uma vez que a exoneração ocorreu durante o período em que ela já se encontrava grávida.
Esclarecemos também que os valores dos cargos de direção da Prefeitura foram atualizados conforme a Lei 6159, aprovada pela Câmara de Vereadores e publicada no Diário Oficial do Município em 16 de dezembro de 2024. Em função dessa atualização, no mês de fevereiro de 2025 a colaboradora recebeu o abono de férias e a parcela do 13º salário. Já em março, foi lançada a diferença referente ao aumento da comissão dos diretores, referente a janeiro e fevereiro.