A primeira rodada do Campeonato Brasileiro 2023 começou com uma média de cartões por reclamação 126% superior às edições passadas. A orientação da CBF sobre tolerância zero com reclamações fez com que 21 cartões fossem aplicados para jogadores, técnicos e membros de comissões técnicas no último fim de semana, o que resultou em uma média de 2,1 cartões por partida.
Comparando com os anos anteriores, de 2019 a 2022, quando treinadores e membros de comissões técnicas passaram a ser punidos com cartões, foram aplicados 1.408 cartões por reclamação, com uma média de 0,93 por jogo. A média da primeira rodada de 2023 é significativamente superior a desses anos.
Desde 2019, a edição com mais punições por reclamação foi a de 2022, com 428 cartões e uma média de 1,13 por partida. Já a média de cartões por reclamação na primeira rodada desde 2019 é de 0,97 por jogo, o que representa um aumento de 115% em relação a este ano. A edição anterior, de 2022, foi a que mais se aproximou de 2023, com 18 amarelos por cartão na rodada inaugural do torneio.
O técnico Abel Ferreira, do Palmeiras, foi um dos mais prejudicados pela nova política de tolerância zero. Ele recebeu um cartão amarelo e um vermelho durante a partida contra o Cuiabá, o que o deixou bastante frustrado. "Hoje estou triste, triste mesmo. Uma parte do meu coração está feliz porque ganhamos um jogo difícil. Mas estou triste... Pá, estou triste. Eu gosto de ver o futebol, sou intenso quando estou dentro das quatro linhas, intenso no jogo. Talvez seja essa tolerância zero, que ainda não estou adaptado", afirmou o treinador.
Desde 2019, os cinco treinadores mais punidos por reclamação no Campeonato Brasileiro foram Abel Ferreira, Jorge Sampaoli, Fernando Diniz, Maurício Barbieri e António Oliveira. Já os jogadores que mais receberam cartões foram Vina, do Grêmio, e Gabriel, do Flamengo.