Italiana se tornará primeira atleta trans a competir nas Paralimpíadas de Paris

Valentina Petrillo, de 50 anos, que é deficiente visual, fará história nos 200m e 400m em Paris 2024

Valentina Petrillo, uma atleta italiana de 50 anos, está prestes a fazer história ao se tornar a primeira atleta transgênero a competir nas Paralimpíadas. Com deficiência visual, Petrillo foi convocada para representar a Itália nas provas de 200m e 400m durante os Jogos Paralímpicos de Paris 2024.

Foto: Reprodução/Matthias Hangst/Getty Images
A italiana de 50 anos, que é deficiente visual, fará história nos 200m e 400m em Paris 2024.

A trajetória de Petrillo é marcada por superações significativas. Diagnosticada com a Doença de Stargardt aos 14 anos, ela enfrenta desafios na percepção visual, como dificuldade para identificar linhas na pista, especialmente em condições adversas como dias de chuva. No entanto, essas adversidades não impediram sua ascensão no esporte.


Petrillo fez a transição de gênero em 2019 e, desde então, tem alcançado marcos notáveis em sua carreira. Ela conquistou medalhas de bronze nas provas de 200m e 400m da categoria T12 no Campeonato Mundial de Atletismo Paralímpico. Antes da transição, a atleta acumulou 11 títulos nacionais entre os homens.
Em uma entrevista à BBC em 2021, Petrillo expressou seu contentamento com a mudança em sua vida: “Sou feliz como mulher e correr como mulher é tudo o que eu quero. É melhor ser uma mulher lenta do que um homem rápido e infeliz.” Essas palavras refletem seu compromisso com a autenticidade e a paixão pelo esporte.
Andrew Parsons, presidente do Comitê Paralímpico Internacional, saudou a participação de Petrillo nos Jogos de Paris, destacando a importância de inclusão e respeito para atletas transgêneros. “Valentina será muito bem-vinda para os Jogos de Paris 2024. Esperamos que o mundo do esporte se una em apoio às políticas para atletas transgêneros”, afirmou Parsons.
Petrillo também compartilhou sua visão sobre a inclusão: “Como todas as pessoas trans que não sentem que pertencem ao seu gênero biológico, não devo ser discriminada. Da mesma forma que raça, religião ou ideologia política não devem ser discriminadas.” Sua participação representa um avanço significativo na busca por igualdade e reconhecimento no esporte.

Leia também