Com retorno de impostos, gasolina pode ter alta de preços logo no início do ano

O retorno dos impostos federais devem causar um aumento de R$ 0,69 por litro de gasolina

O preço dos combustíveis deve sofrer alta logo no início de 2023, em janeiro. A expectativa é de um aumento de pelo menos R$ 0,69 por litro em todo o país. No momento está em vigor uma isenção de impostos federais sobre os combustíveis, mas a medida termina no dia 31 de janeiro e com isto, o imposto volta a incidir sobre os preços, causando o aumento que deve atingir também os outros combustíveis.

Foto: gasolina
A perda de receita provocada pela isenção dos combustíveis é uma das preocupações do futuro governo

O Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE) calcula que a reoneração causará o seguinte impacto sobre os preços:

Gasolina: R$ 0,69
Etanol: R$ 0,26
Diesel: R$ 0,33

Os impostos federais estão zerados sobre os combustíveis desde junho deste ano, quando às vésperas da eleição presidencial, o presidente Jair Bolsonaro assinou a medida para conter a escalada de preços que vinha piorando.

Nas últimas semanas, havia a expectativa de que a isenção fosse prorrogada, mas, na terça-feira passada, o futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad, solicitou ao ministro da Economia, Paulo Guedes, que não tomasse nenhuma providência nesse sentido.

"A gente pediu para o governo atual se abster de tomar medidas que impactassem o próximo governo, para que a gente possa, em janeiro, com a nova diretoria da Petrobrás e o presidente Lula, definir a política para o setor", disse o futuro ministro.

A perda de receita provocada pela isenção dos combustíveis é uma das preocupações do futuro governo. De acordo com dados do Ministério da Economia, a manutenção do corte de impostos federais impactaria os cofres da União em R$ 52,9 bilhões em 2023.

Depois da PEC da Transição, que aumentou a licença para gastos, o futuro governo conta com o aumento da arrecadação para diminuir o déficit nas contas públicas já contratado para 2023. O impacto da prorrogação da medida que zera os impostos seria de R$ 52,9 bilhões no ano cheio. Setores do mercado financeiro pressionam pelo fim da desoneração nos combustíveis para a melhoria das contas públicas.

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