O lançamento da nova modalidade de crédito consignado para trabalhadores com carteira assinada, chamada de Crédito do Trabalhador, ocorreu na sexta-feira (21) e foi marcado por uma intensa procura. De acordo com os dados do Dataprev, em parceria com o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), foram realizadas mais de 15 milhões de simulações, resultando em 1,5 milhões de pedidos de propostas e cerca de 1.494 contratos firmados no primeiro dia. Essa demanda expressiva demonstra o interesse dos trabalhadores em acessar empréstimos com juros reduzidos.
A nova linha de crédito, lançada pelo governo federal, permite que os empregados do setor privado contratem empréstimos com taxas mais baixas, utilizando até 10% do saldo do FGTS ou a multa rescisória como garantia. No entanto, o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, alertou para a importância da cautela ao contratar esse tipo de financiamento, enfatizando o risco de endividamento excessivo. Ele ressaltou que os trabalhadores não podem comprometer mais de 35% do seu salário para o pagamento das prestações do consignado, reforçando a necessidade de um uso consciente do crédito.
A expectativa do governo é que essa nova modalidade se torne amplamente utilizada, beneficiando cerca de 47 milhões de trabalhadores formais, incluindo empregados domésticos e rurais, além de microempreendedores individuais (MEIs). O principal atrativo é a expectativa de uma redução de até 40% nas taxas de juros em comparação ao consignado privado atual, que gira em torno de 5% ao mês.
Especialistas como o economista Vinicius do Carmo afirmam que a aceitação de garantias como o FGTS e a multa rescisória pode facilitar o acesso ao crédito e oferecer condições mais competitivas, embora também alertem para os riscos associados a um uso descontrolado da nova linha de crédito.
Apesar da boa recepção, a alta demanda gerou congestionamento na plataforma, resultando em falhas técnicas e frustrações entre os usuários. Muitos relataram nas redes sociais mensagens de erro ao tentar acessar a plataforma, e outros encontraram dificuldades para simular ou contratar o empréstimo, enfrentando negativas de elegibilidade mesmo com vínculos empregatícios ativos. O monitoramento do Downdetector indicou um pico de queixas relacionadas ao funcionamento do Dataprev, evidenciando a necessidade de melhorias na infraestrutura da plataforma para atender à demanda crescente.