Durante o J. Safra Macro Day, realizado em São Paulo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o Brasil está prestes a "viver uma situação nova" com a implementação da reforma tributária. Segundo Haddad, essa reforma é mais profunda do que muitos imaginam e abordará questões centrais que podem aumentar a produtividade da economia brasileira. Ele destacou que, com as mudanças, a competição entre as empresas deixará de ser sobre planejamento tributário e se concentrará na produtividade.
O ministro anunciou que o novo sistema tributário será lançado em 1º de janeiro do próximo ano, com o objetivo de facilitar e simplificar o processo de tributação no país. Haddad acredita que essa mudança representará um salto significativo em tecnologia da informação no Brasil, permitindo que todos os processos sejam digitais, sem necessidade de papel. "Você vai conseguir acompanhar tudo online, em tempo real, o que proporcionará um planejamento mais eficiente tanto para o Estado quanto para as empresas", afirmou.
Além de abordar a reforma tributária, Haddad mencionou que irá à Califórnia na próxima sexta-feira para divulgar o Plano Nacional de Data Centers. Ele acredita que essa política ajudará a melhorar os investimentos no Brasil, reduzindo a dependência externa em tecnologia da informação, que atualmente representa 60% dos serviços contratados fora do país. O ministro enfatizou a importância de ter um marco regulatório que estimule o investimento local e minimize a remessa de dólares para o exterior.
No evento, Haddad também comentou sobre as incertezas econômicas globais e como elas podem impactar o Brasil. Apesar das turbulências internacionais, o ministro expressou otimismo em relação ao crescimento do país e destacou a importância da habilidade diplomática do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele ressaltou que o Brasil está mantendo canais de comércio abertos com os principais blocos econômicos, como Estados Unidos, China e Europa, enquanto ainda busca fortalecer o multilateralismo, afirmando que "o Brasil é uma economia grande demais para ser satélite de outra".