Sem velório: entenda a cerimônia judaica de sepultamento de Silvio Santos

Ritos tradicionais foram seguidos à risca; cerimônia ocorreu no Cemitério Israelita do Butantã

O sepultamento de Silvio Santos, realizado nesse domingo (18), seguiu rigorosamente as tradições judaicas, com destaque para a ausência de velório público, conforme prescrevem as práticas religiosas da comunidade. Silvio Santos, nascido no Rio de Janeiro em 1930 e falecido na madrugada de sábado (17) aos 93 anos devido a broncopneumonia após infecção por Influenza (H1N1), teve sua cerimônia conduzida de acordo com os preceitos da Torá.

Foto: Reprodução
O apresentador foi sepultado em uma cerimônia íntima

A Congregação Israelita Paulista (CIP) coordenou o rito funerário no Cemitério Israelita do Butantã. O Chevra Kadisha, grupo encarregado dos preparativos religiosos, civis e legais, assumiu a responsabilidade de seguir os procedimentos tradicionais. Segundo a prática judaica, o corpo foi coberto imediatamente após o falecimento para garantir que não fosse exposto, um gesto de respeito. A exposição do corpo é evitada, e o velório é restrito a familiares e amigos próximos.

O corpo foi lavado e envolvido em uma mortalha branca, simbolizando pureza e humildade. Os olhos do falecido foram fechados para representar a transição da vida terrena para a paz espiritual. O sepultamento ocorreu no mesmo dia do falecimento, pois enterros não são realizados aos sábados, dia de descanso para os judeus. Silvio Santos foi enterrado na manhã de domingo, após o adiamento do sepultamento por causa das fortes chuvas que atingiram quase 95% dos municípios gaúchos, que obrigou a mudança na data.

A cerimônia de sepultamento respeitou o princípio de simplicidade: o caixão não foi ornamentado com flores, de acordo com a crença de que todos devem ser tratados igualmente na morte. Durante a cerimônia, foram entoados hinos de louvor a Deus e pedidos de paz. Os parentes mais próximos lançaram punhados de terra sobre o caixão. Após o sepultamento, os familiares lavaram as mãos como símbolo de que a vida é superior à morte e deixaram-nas secar naturalmente, sem o uso de toalhas.

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