De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) do IBGE, o Piauí desponta como o estado com o maior índice de queima de lixo a céu aberto em todo o país. Além disso, a região é a tereceira unidade federativa com menor cobertura de coleta direta de lixo, apresentando uma média de descarte por queima que é quatro vezes maior que a média nacional.
Segundo os dados do IBGE, coletados durante o ano de 2022, apenas 69,7% dos domicílios no Piauí são atendidos por um serviço direto de coleta de lixo, valor bem abaixo da média nacional, que é de 86%. Uma das consequências da falta desse serviço é o alto percentual da queima de lixo a céu aberto, prática que é crime e causa danos ao meio-ambiente. No Piauí quase um quarto da população usa essa forma de descarte, um percentual que representa 24,7% de todo o descarte de lixo no estado.
O alto número coloca o Piauí como estado líder nessa forma de destinação, muito acima da média nacional, que é de apenas 6,8%.
A prática da queima de lixo a céu aberto acarreta sérios danos ao meio ambiente. Essa forma inadequada de descarte de resíduos gera a liberação de gases tóxicos, como dióxido de carbono e material particulado, que contribuem para o aquecimento global e comprometem a qualidade do ar. Além disso, a queima de lixo libera substâncias químicas nocivas ao solo e aos corpos d'água, contaminando-os e prejudicando a flora e a fauna local.
Dentre os estados com a menor cobertura de serviços para coleta direta do lixo, o Piauí ficou atrás apenas de Rondônia, onde apenas 69,1% dos domicílios recebem a coleta e do Maranhão, que tem uma cobertura de 62%. O estado com maior cobertura é o Rio de Janeiro, com 94,8% dos domicílios recebendo o serviço.
A pesquisa também constatou que a coleta de lixo no estado do Piauí é realizada, ainda, por meio de caçamba de serviço de limpeza, que atende cerca de 3,8% dos domicílios, e outras formas de destinação em cerca de 1,9% dos lares.