O Papa Francisco voltou a criticar as mídias sociais neste fim de semana, em um discurso durante um encontro da Rede Internacional de Legisladores Católicos (ICLN, na sigla em inglês), realizado em Roma.
O religioso, que recentemente foi alvo de uma imagem deepfake retratando-o com um casaco Balenciaga, reconheceu que “certamente coisas boas acontecem nas plataformas de mídia social”. Mas pediu vigilância contra os perigos:
“Infelizmente, muitas tendências desumanizantes resultantes da tecnocracia são encontradas nestes meios de comunicação”, disse ele, protestando contra “a redução das relações humanas a meros algoritmos”.
Papa tem demonstrado preocupação com mídias sociais
Em julho, o Papa Francisco tinha apelado aos católicos em uma mensagem distribuída pelo Vaticano para combaterem a toxicidade nas redes sociais e para se envolverem no diálogo e na educação para lidar com “mentiras e desinformação”.
O Vaticano chegou a criar um guia para uso das redes sociais.
Na nova mensagem, lida para os participantes do encontro e publicada no site do Vaticano, Francisco citou como tendências desumanizantes a disseminação deliberada de informações falsas sobre as pessoas, as fake news, a promoção do ódio e divisão e a propaganda política.
O pontífice demonstrou preocupação também com “um falso sentimento de pertencimento, especialmente entre os jovens, que pode levar ao isolamento e à solidão”.
“Este mau uso do encontro virtual só pode ser superado pela cultura do encontro autêntico, que envolve um apelo radical ao respeito e à escuta uns dos outros, incluindo aqueles de quem podemos discordar fortemente.”
Em julho, ao falar para 500 mil pessoas na Jornada Mundial da Juventude, em Lisboa, Francisco aproveitou para alertar sobre o “vazio” das redes sociais, as ilusões do mundo virtual e “os lobos que se escondem por trás dos sorrisos”.