Relatório final da CPMI dos atos de 8/1 pede indiciamento de Jair Bolsonaro

Além do ex-presidente, outros também foram alvo de pedidos de indiciamento

Reltora  afirma detalhes e aprofunda investigações sobre joias sauditas e cartões de vacina

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os acontecimentos ocorridos no prédio dos Três Poderes em 8 de janeiro anunciou, nesta terça-feira, (17), que solicitou o indiciamento do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro e de outros nomes relacionados aos incidentes.

A relatora do comitê, senadora Eliziane Gama, afirmou que as evidências apontam para o fato de que Bolsonaro não demonstrou apoio aos princípios republicanos e democráticos, e que a comissão analisou uma vasta documentação que respalda essas alegações.

Foto: Valter Campanato/ Agência Brasil
Ex-presidente Jair Bolsonaro

A CPMI recebeu um volume considerável de documentos, totalizando mais de 23.700 arquivos, entre informações públicas e confidenciais, o que equivale a uma quantidade significativa de papel, aproximadamente 9.600 armários cheios. Segundo a senadora Eliziane, desde o início de seu mandato como presidente, Bolsonaro teria desafiado as instituições estatais, especialmente aquelas que pareciam representar obstáculos a seus interesses políticos. Ela destacou que essas atitudes remontam a décadas passadas, incluindo apoio a ações da ditadura militar.

A relatora propôs que Bolsonaro seja responsabilizado por associação criminosa, violência política, desrespeito às bases do Estado Democrático de Direito e tentativa de golpe de Estado.

Além de Bolsonaro, outros indivíduos, incluindo o general Walter Braga Netto, a deputada Carla Zambelli, o tenente-coronel Mauro Cid, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, o ex-secretário de Segurança Pública do DF Anderson Torres e o ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques, também foram alvo de pedidos de indiciamento.

Além dessas revelações, o relatório da comissão mencionou a necessidade de aprofundar as investigações sobre os casos das joias sauditas e dos cartões de vacina relacionados a Bolsonaro e à ex-primeira-dama Michelle. Vários nomes foram apontados como requerendo uma investigação mais detalhada, incluindo Mauro Cesar Lourena Cid, pai do tenente-coronel Mauro Cid; Frederick Wassef, advogado de Bolsonaro; Osmar Crivelatti, membro da equipe presidencial; e Marcelo Costa Câmara e Marcelo da Silva Vieira, que teriam participado de atividades relacionadas à apropriação de bens de alto valor durante viagens internacionais a serviço do Brasil.

Veja a lista completa de pedidos de indiciamento:

Jair Messias Bolsonaro
Walter Braga Netto
Augusto Heleno Ribeiro Pereira
Luiz Eduardo Ramos Baptista Pereira
Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira
Almir Garnier Santos
Marco Antônio Freire Gomes
Mauro Cesar Barbosa Cid
Luís Marcos dos Reis
Ailton Gonçalves Moraes Barros 
Antônio Elcio Franco Filho
Jean Lawand Júnior
Anderson Gustavo Torres
Marília Ferreira de Alencar
Silvinei Vasques
Filipe Garcia Martins Pereira
Tércio Arnaud Tomaz
Fernando Nascimento Pessoa
José Matheus Sales Gomes
Alexandre Carlos de Souza e Silva 
Marcelo de Ávila
Maurício Junot
Carla Zambelli Salgado de Oliveira
Marcelo Costa Câmara
Ridauto Lúcio Fernandes
Meyer Nigri
Ibaneis Rocha
Amauri Feres Saad

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