Uma pesquisa do Instituto Trata Brasil revela um cenário preocupante: mais de 30 milhões de brasileiros vivem sem acesso à água potável e mais de 90 milhões não têm coleta de esgoto. O engenheiro civil Luiz Cláudio Macedo, mestre em saneamento e saúde pública, afirmou que, no ritmo atual, o Brasil só atingirá a universalização do saneamento em 2070, muito além da meta estabelecida pelo Marco Legal do Saneamento.
Em entrevista ao Jornal Bom Dia Assembleia, Macedo destacou que a Lei nº 14.026 do Marco Legal do Saneamento exige que, até 2033, 99% da população brasileira tenha acesso à água potável e 90% esteja atendida por esgotamento sanitário. Ele explicou que a universalização do saneamento envolve quatro eixos: abastecimento de água, esgotamento sanitário, drenagem e resíduos sólidos. Porém, o marco regulatório foca nos dois primeiros.
"Temos grandes desafios, especialmente nas zonas rurais e no semiárido nordestino, onde a falta de infraestrutura é mais crítica. Embora as áreas urbanas apresentem melhores índices, a disparidade com as áreas rurais impede que o país alcance as metas", enfatizou Macedo. Ele alertou que a infraestrutura de saneamento é essencial para a saúde pública e o desenvolvimento sustentável do Brasil.
O especialista concluiu que, para alcançar os objetivos do Marco Legal do Saneamento, são necessárias políticas públicas mais eficazes e investimentos substanciais, sobretudo nas regiões mais carentes.