Mais de 300 mil pessoas saíram às ruas da Grécia nesta sexta-feira (28) para protestar contra o governo, em meio à crescente insatisfação popular com a gestão do primeiro-ministro Kyriakos Mitsotakis. A principal reivindicação dos manifestantes é a falta de respostas sobre o trágico acidente ferroviário de 2023, que deixou 57 mortos, a maioria jovens universitários.
O protesto, que teve início de forma pacífica, se intensificou com confrontos entre manifestantes e policiais na capital, Atenas. Houve lançamento de pedras e coquetéis molotov contra a polícia, que respondeu com bombas de gás lacrimogêneo para dispersar a multidão. Várias pessoas ficaram feridas e foram registradas prisões.
A revolta popular vai além do acidente ferroviário. Manifestantes denunciam negligência governamental, falta de investimentos na infraestrutura pública e uma gestão marcada por escândalos. "O governo não só falhou em garantir a segurança no transporte, como também ignora a voz da população", declarou um dos organizadores do protesto.
Nos dias que antecederam as manifestações, o governo tentou minimizar a crise, alegando que medidas estão sendo tomadas para modernizar a malha ferroviária e prevenir novos acidentes. No entanto, as promessas não foram suficientes para conter a indignação popular. "Não acreditamos mais em promessas vazias. Queremos justiça e mudanças reais", afirmou um dos participantes.
As manifestações desta sexta-feira aumentam a pressão sobre o governo Mitsotakis, que enfrenta um crescente desgaste político. Com a população mobilizada e insatisfeita, novas manifestações são esperadas, intensificando a crise política na Grécia.