Kira Salim, musicista de 34 anos, está entre as 11 vítimas mortas em um atropelamento durante um festival de rua em Vancouver, no Canadá, na madrugada deste domingo, 27 de abril. Kira, que se identificava como não-binarie, vivia no Canadá com o marido há quase três anos e tinha visibilidade por seu trabalho na promoção da música e da educação.
O Itamaraty confirmou a morte de Kira e informou que está prestando todo o atendimento consular necessário aos familiares. Parentes da vítima, que é natural do Rio de Janeiro e tem família no Rio Grande do Sul, também confirmaram a tragédia. Kira formou-se em Licenciatura em Música pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio) em 2014 e trabalhava em uma escola em New Westminster, a cerca de 26 quilômetros de Vancouver.
A polícia de Vancouver está lidando com a identificação das vítimas, um processo que tem sido lento, mas que deve se normalizar em breve. O marido de Kira não estava presente no momento do incidente e aguarda contato das autoridades locais para agilizar o sepultamento. O atropelamento ocorreu durante o Dia de Lapu Lapu, um festival que homenageia um chefe indígena filipino que lutou contra a colonização espanhola, e que atraiu uma grande multidão.
O chefe interino da polícia local, Steve Rai, informou que um homem de 30 anos foi preso após ser dominado pela multidão e que ele apresenta problemas de saúde mental, além de um histórico de interações com a polícia. Rai descreveu o incidente como "o dia mais sombrio da história da cidade" e expressou suas condolências às vítimas e suas famílias. Políticos canadenses, incluindo o primeiro-ministro Mark Carney, também manifestaram solidariedade e apoio à comunidade filipino-canadense que celebrava sua herança cultural no festival.