O Vaticano anunciou que o conclave para a escolha do próximo papa terá início no dia 7 de maio, com a participação de 180 cardeais na Sala Paulo VI. Durante a reunião, os purpurados reconheceram os abusos sexuais como um dos maiores desafios para o novo pontífice, sucedendo o falecido papa Francisco, que se esforçou para combater esse escândalo dentro da Igreja. Em comunicado, os cardeais destacaram a necessidade de abordar temas urgentes como a evangelização, o diálogo inter-religioso e, especialmente, o combate ao abuso sexual.
No dia anterior ao início do conclave, os cardeais participarão da missa Pro Eligendo Romano Pontifice na Capela Sistina e farão um juramento antes de iniciaram as votações. Após a saída de alguns cardeais por motivos de saúde ou por questões legais, o número de eleitores foi reduzido para 132. A situação de Angelo Becciu, um ex-alto funcionário do Vaticano acusado de crimes financeiros, gerou discussões sobre a transparência e a responsabilidade dos líderes eclesiásticos em relação ao abuso sexual.
Vítimas de abusos sexuais dentro da Igreja expressaram ceticismo em relação às promessas dos cardeais. Shaun Dougherty, presidente da Rede de Sobreviventes de Abusos de Padres (SNAP), destacou que a única maneira de reparar os danos é implementar uma política de tolerância zero. Ele e outros ativistas insistem que o próximo papa não deve apenas declarar o abuso como uma prioridade, mas deve efetivamente criar leis que responsabilizem aqueles que acobertam os crimes. Essa visão é compartilhada por Pete Isley, vice-presidente da SNAP, que critica o papa Francisco por não ter feito reformas suficientes durante seu pontificado.
A expectativa em torno do conclave é alta, especialmente considerando a possibilidade de um novo papa que continue com a visão de Francisco. Dom Maurício Silva Jardim, bispo de Rondonópolis-Guiratinga, expressou otimismo sobre a continuidade das reformas iniciadas por Francisco e a urgência de abordar os problemas enfrentados pela Igreja. Com 71 países representados entre os cardeais, a diversidade de perspectivas pode influenciar a eleição do novo líder da Igreja Católica e suas abordagens em relação a questões críticas, incluindo o combate aos abusos sexuais.