Basileiros em Portugal têm estadia ameaçada por questionamento da União Europeia

Processo da UE colocou em dúvida a validade das autorizações de residência e vistos temporários, afetando mais de 100 mil brasileiros em Portugal.

A União Europeia (UE) iniciou um processo contra Portugal, o que coloca mais de 100 mil brasileiros que residem no país em situação delicada. O questionamento da UE se concentra nas autorizações de residência coImncedidas pelo governo português a cidadãos da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e nos vistos temporários para busca de emprego em território português.

Foto: Edição do Portal AZ/Reprodução

As autorizações de residência para cidadãos da CPLP entraram em vigor em 13 de março deste ano como uma solução para resolver pendências no Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), que será desativado no final de outubro. Naquele momento, aproximadamente 300 mil pedidos de permanência em Portugal estavam parados. Com a implementação desse benefício, mais de 100 mil brasileiros conseguiram regularizar sua situação em terras lusas, proporcionando um grande alívio.

Entretanto, a União Europeia alega que esse mecanismo infringe o acordo que resultou na criação do Espaço Schengen, que permite a livre circulação dos europeus na região. A UE já havia alertado anteriormente que as autorizações de residência concedidas por Portugal aos cidadãos da CPLP não garantiam livre trânsito na área e não reconheciam os vistos para busca de trabalho com validade de até 180 dias. A informação é do jornalista Vicente Nunes para o Correio Braziliense. Esses alertas foram ignorados pelo governo português, que agora tem dois meses para responder às preocupações da UE.

Bruno Gutman, um advogado especializado em imigração, destaca a insegurança jurídica resultante do processo iniciado pela União Europeia. As autorizações de residência proporcionaram segurança aos brasileiros e outros cidadãos da CPLP, permitindo-lhes buscar empregos formais, abrir contas bancárias, contribuir para a Segurança Social e alugar propriedades, o que era impossível quando estavam em situação irregular.

Essa medida, originada a partir de um acordo de mobilidade entre Portugal e a CPLP, foi bem recebida pelos empresários portugueses que necessitam de mão de obra para setores como restaurantes, hotéis, construção civil e tecnologia da informação, com os brasileiros sendo os principais beneficiários dessas vagas.

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