As Forças Armadas dos Estados Unidos realizaram, na quarta-feira (16), ataques aéreos contra cinco instalações subterrâneas utilizadas pelos Houthis, no Iêmen, para armazenar armamentos. A ação foi confirmada pelo secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, e tem como objetivo conter os ataques do grupo rebelde a embarcações civis e militares na região do Mar Vermelho.
Segundo Austin, os alvos eram estruturas que abrigavam componentes de armas utilizadas em ofensivas que ameaçam a navegação internacional. O Comando Central dos EUA (Centcom) classificou os bombardeios como “ataques de precisão”. Até o momento, não há registros de vítimas civis, embora a avaliação dos danos ainda esteja em andamento.
Esses bombardeios mais recentes ocorrem após uma série de 15 ataques anteriores neste mês, realizados pelos Estados Unidos contra posições dos Houthis, incluindo postos militares e até um aeroporto, segundo relatos de residentes locais divulgados pela agência Reuters.
Os Houthis, um grupo rebelde do Iêmen com apoio do Irã, têm se declarado em solidariedade aos palestinos na Faixa de Gaza, afirmando que seus ataques são uma forma de resposta à ofensiva israelense. Desde novembro de 2023, o grupo é responsável por cerca de 100 ataques a navios no Mar Vermelho, incluindo o afundamento de dois navios, o sequestro de uma embarcação e a morte de quatro marinheiros.
Entre os incidentes mais recentes está o ataque ao petroleiro Cordelia Moon, de bandeira panamenha, ocorrido em 1º de outubro de 2024. A embarcação, que estava sem carga e navegava em condição de lastro, foi alvo de múltiplos mísseis e de uma embarcação de superfície não tripulada (USV), causando danos à estrutura, mas sem deixar feridos. O ataque ocorreu a cerca de 64 milhas náuticas de Al Hudaydah, no sul do Iêmen.
O Centro Conjunto de Informações Marítimas (JMIC) afirmou que o Cordelia Moon foi provavelmente escolhido por estar vinculado, direta ou indiretamente, a estruturas empresariais ligadas a Israel, Estados Unidos ou Reino Unido — países considerados inimigos pelos Houthis.
A escalada de ataques evidencia o aumento da tensão no Mar Vermelho, zona estratégica para o comércio marítimo global. Autoridades de segurança marítima alertam que embarcações com conexões comerciais com portos israelenses ou empresas ocidentais continuam sob alto risco de ataques.
A situação reforça a complexidade geopolítica da região, onde alianças políticas, conflitos armados e apoio internacional moldam um cenário de instabilidade que afeta não apenas o Oriente Médio, mas também a segurança das rotas comerciais globais.