O motorista de aplicativo que transportou a mulher suspeita de levar um idoso já morto para acessar um empréstimo de R$ 17 mil em um banco no Rio de Janeiro afirmou que o idoso estava vivo durante o trajeto, contradizendo informações anteriores. Enquanto isso, depoimentos e o laudo do Instituto Médico Legal lançam dúvidas sobre o momento exato da morte do idoso.
Segundo o motorista, Paulo Roberto Braga, 68 anos, estava vivo durante o trajeto, inclusive chegando a segurar na porta do carro. No entanto, eles não foram deixados na agência bancária devido à proibição de acesso de veículos no local. Em vez disso, a mulher, identificada como Erika, solicitou que o motorista encerrasse a corrida em um shopping. Outro homem também testemunhou que o idoso estava vivo quando foi colocado no carro.
O laudo de necropsia do Instituto Médico Legal apontou que Paulo Braga morreu entre 11h30 e 14h30 da terça-feira (16/4) por broncoaspiração do conteúdo estomacal e falência cardíaca. No entanto, o laudo não conseguiu determinar com precisão se o idoso morreu durante o trajeto, dentro da agência bancária ou se já estava morto ao ser levado para o local.
A Polícia Civil do Rio de Janeiro continua investigando o caso e não descarta a possibilidade de envolvimento de mais pessoas. A suspeita é de que o idoso tenha morrido deitado, conforme indicado pelos livores na região da nuca.
O livor mortis (ou manchas de hipóstase) é a mudança de coloração que surge na pele dos cadáveres, decorrente de depósito do sangue estagnado nas partes mais baixas do corpo pela ação da gravidade, e que indicam sua posição original. Apesar de sofrer a influência de múltiplos fatores o processo se inicia quase imediatamente à cessação da circulação sanguínea. No caso de morte sentado na cadeira de rodas, Paulo deveria ter livores na região das pernas.
Erika foi presa e autuada por tentativa de furto mediante fraude e vilipêndio a cadáver, no entanto, a perícia busca mais indícios para definir os detalhes do fato.