A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, se reuniu, nesta sexta-feira (17), com a Rede de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres e com o secretário de Estado de Segurança, Chico Lucas para tratar do combate a violência contra a mulher no Piauí.
Em agenda no Estado, desde a quinta-feira (18), Cida Gonçalves afirmou que as discussões das quais participou trarão resultados benéficos ao Piauí, além de ressaltar que no estado haverá grandes parcerias, considerando que o Governo Federal tem diversas ações em andamento, citando, por exemplo, a construção das Casas da Mulher Brasileira (CMB).
“Temos aqui um estado que vai dar um grande exemplo nacional no combate à violência contra as mulheres, em políticas públicas para as mulheres”, afirmou a ministra.
Cida destacou ainda que vai tentar recompor o orçamento que será discutido com a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, e com o próprio Congresso Nacional e o presidente Lula. “Isso nós vamos estar efetivamente trabalhando no processo. Nós não temos nesse exato momento”, comentou.
Outras medidas foram citadas pela ministra e que podem ajudar diretamente as mulheres como o Programa Minha Casa, Minha Vida, cuja titularidade das casas já é para as mulheres; o Bolsa Família e diversos outros programas em que a titularidade está em nome das mulheres.
De acordo com Cida, o grande desafio é reduzir o desemprego, e trabalhando a autonomia econômica das mulheres, que também precisam da inclusão digital.
Segundo ela, o pacto contra a violência envolve todos os segmentos da sociedade, todas as pessoas. “É preciso reeducar a sociedade brasileira e ter divisão do trabalho dentro de casa”, afirmou.
O secretário de Estado de Segurança Pública, Francisco Lucas, classificou de muito importante a vinda da ministra Cida Gonçalves ao Piauí. Para ele, a sociedade e o poder público têm como obrigação enfrentar a violência contra as mulheres.
“A gente não pode permitir que as mulheres continuem morrendo, que isso seja encarado com naturalidade. Então, a ministra veio aqui tratar de políticas públicas que não é só violência. A política de promoção da mulher envolve igualdade, saúde, educação. Infelizmente, a pauta que monopoliza é a violência, sinal de que a gente ainda não evoluiu como sociedade”, afirmou o secretário.
Chico Lucas afirmou que um protocolo está sendo discutido, pois existem várias leis de proteção que precisam funcionar.
“Quando a gente olha os números das que foram vítimas de feminicídio, a grande maioria não registrou boletim de ocorrência; ou seja, as autoridades policiais sequer tomaram conhecimento dessa violência que elas estavam sofrendo. Isso faz parte de uma cultura que normalizava, que em briga de marido e mulher não se mete a colher. Então, todos nós, sociedade, gestores, vizinhos e amigos temos que denunciar quando uma mulher sofrer violência e é isso que vamos botar no protocolo”, concluiu Chico Lucas.