Ramon Santiago Matos do Nascimento, preso desde 23 de novembro do ano passado, sob suspeita de fazer parte de organização criminosa, lavagem de dinheiro e tráfico de drogas, está na folha da Assembleia Legislativa desde julho de 2022.
Entre julho e dezembro do ano passado, o suspeito de tráfico, que está preso na Cadeia Pública de Altos (40 km ao norte de Teresina) recebeu R$ 63 mil de remuneração bruta, correspondente aos seis meses, entre julho e dezembro e 13º salário.
Embora o nome de Nascimento conste em sete folhas de pagamento da Assembleia Legislativa não há registro facilmente encontrável do ato que formalizou a nomeação dele para um cargo cuja remuneração (de mais de R$ 8 mil) equivale a duas vezes o que ganha um professor da rede estadual de ensino, cujo piso salarial neste ano será de R$ 4.420,55, se e quando os deputados estaduais do Piauí aprovarem uma lei que autoriza o pagamento desse valor.
Os valores pagos a Ramon Santiago Matos do Nascimento estão na área de Transparência da Assembleia Legislativa, de onde o Portal AZ retirou os fac-símiles comprovando a remuneração do suspeito de tráfico e formação de quadrilha nomeado assessor ainda em 2022, quando era presidente da ALEPI o agora vice-governador do Piauí, Themistocles Filho, do MDB.
Renomeado por Franzé
Os “assessores” foram todos exonerados na gestão passada e, curiosamente, por Franzé que, como vice-presidente assumiu um mês do mandato de Themistocles Filho, que comandou o legislativo por nove mandados na presidência.
Ocorre que já na condição de presidente pelos próximos dois anos, Franzé renomeou a grande maioria dos comissionados e, entre eles, Ramon Santiago Matos do Nascimento. Lógico que, como ele frisou, a pedido do deputado, que vem a ser Georgiano Neto.
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