Segundo matéria no Uol, esses senadores foram avisados há mais de um mês para desocupar os apartamentos funcionais que deveriam ser de deputados federais. Mas eles têm ignorado a ordem de despejo, que classificam como "picuinha" do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). “O que aconteceu? Em 22 de março, a Quarta Secretaria da Câmara enviou um ofício à presidência do Senado em que pedia a devolução de 11 apartamentos funcionais da Casa que ainda são ocupados por senadores".
Em contrapartida, a Câmara devolveria três apartamentos ocupados por deputados que pertencem ao Senado.
A ordem de despejo foi mais um atrito enquanto durou a disputa pelo rito das votações de MPs (Medidas Provisórias) no Congresso. Enquanto o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), defendia a volta de comissões mistas previstas na Constituição, Lira discordava e queria maior protagonismo para os deputados.
A queda de braço durou semanas e envolveu ex-presidentes e parlamentares influentes para tentar amenizar a situação.
Relatos de servidores ouvidos pelo UOL sob anonimato dão conta de que a história teria escalado principalmente porque afetava Alcolumbre. O senador do Amapá é um dos principais aliados de Pacheco, com forte ascendência no Senado. O fato de o ofício ter sido endereçado especificamente à Presidência do Senado é classificado pelos congressistas como "picuinha" de Lira e um intuito de causar "constrangimento" entre os parlamentares.
O que dizem os envolvidos Como em um pacto firmado, os senadores alvos da ordem de despejo afirmam que não sairão dos apartamentos e não "se manifestarão" formalmente sobre o ocorrido. Com isso, dão o caso como "concluído". Nos bastidores dizem que o combinado teria tido o aval de Pacheco, que também não se pronunciou por meio de ofício sobre o caso. Alguns senadores moram no mesmo apartamento há mais de oito anos e usaram recursos próprios para reformá-los. Justificam que não querem deixar os imóveis também por "comodidade" da família. Em nota, a Quarta Secretaria da Câmara informou que a iniciativa foi adotada "em razão do déficit de imóveis para atender à crescente demanda.
Em entrevista ao UOL, o deputado Lúcio Mosquini (MDB-RO) afirmou que deve fazer uma nova cobrança à presidência do Senado, devido ao "silêncio" sobre o caso. A ordem de despejo não foi um pedido de Lira, afirmou Mosquini. Mas o presidente da Câmara teria apoiado o pedido, na busca por acomodar os deputados. Segundo Mosquini, há mais de 60 parlamentares na lista de espera para ocupar os imóveis funcionais. Eles preferem essa opção do que ganhar o auxílio-moradia de R$ 4.253. Isso porque consideram o valor "baixo". Mosquini é da mesma opinião. O quarto secretário disse que, antes de enviar o ofício à presidência do Senado, notificou individualmente os senadores, mas teve o pedido.”