O ex-presidente Jair Bolsonaro, reuniu uma multidão de apoiadores na Avenida Paulista neste domingo (25), em São Paulo, onde tentou se defender das acusações de envolvimento na tentativa de golpe de Estado. Em um discurso de cerca de 25 minutos, Bolsonaro negou qualquer ligação com a trama golpista investigada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e pela Polícia Federal.
Em sua fala diante dos milhares de apoiadores, Bolsonaro argumentou que golpe é caracterizado por ações como o uso de tanques nas ruas, armamentos e conspirações com classes empresariais, e afirmou que nada disso foi feito durante seu governo.
"Golpe usando a Constituição? Deixo claro que Estado de Sítio começa com o presidente da República convocando os Conselhos da República e da Defesa. Apesar de não ser golpe o Estado de Sítio, não foi convocado ninguém dos conselhos da república e da defesa", completou Bolsonaro.
Vale ressaltar que, Bolsonaro é investigado pela Polícia Federal por supostamente arquitetar maneiras de impedir a posse de Lula mesmo antes de perder as eleições, como aconteceu no dia 8 de janeiro.
Ainda no discurso, Bolsonaro também criticou o que chamou de "abuso" por parte de alguns setores, mesmo sem citar o STF, e lamentou a falta de respeito ao Estado Democrático de Direito. Bolsonaro ainda mencionou que sempre foi alvo de perseguições, mesmo antes de assumir a Presidência.
Governador de São Paulo e Michelle Bolsonaro também discursam
Um dos momentos inesperados do evento foi o discurso do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, ex-ministro de Bolsonaro, que não estava previsto para falar. Freitas expressou apoio ao ex-presidente, destacando que ele representa um movimento e não apenas uma pessoa ou um número de CPF.
“Minha gente, quem eu era? Eu não era ninguém, e o presidente apostou em pessoas como eu. Como tantos outros que surgiram, que tiveram posição de destaque, que ele acreditou”, disse o governador.
Tarcísio está hospedando Bolsonaro no Palácio das Bandeiras, sede do Governo de São Paulo
A ex-primeira dama Michelle Bolsonaro também discursou em defesa do marido, adotando um tom religioso em sua fala. O ex-presidente está inelegível até 2030, e Michelle Bolsonaro é uma provável candidata a presidência em 2026.