Bolsonaro teria usado embaixada para se esconder e evitar prisão, diz jornal

O ex-presidente passou dois dias hospedado na embaixada da Hungria

O ex-presidente Jair Bolsonaro teria se escondido na embaixada da Hungria por dois dias durante o Carnaval, após ser alvo de operação da Polícia Federal e ter seu passaporte confiscado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a informação é do jornal The New York Times.

A estadia é apontada como um pedido de asilo, já que Bolsonaro não poderia ser preso por autoridades brasileiras dentro de uma embaixada. Embaixadas são consideradas território estrangeiro e a Polícia Federal é proibida de efetuar prisões nesses locais.

Foto: Reprodução
Bolsonaro chegando na embaixada da Hungria junto do embaixador húngaro 

O momento propício para a visita levantou suspeitas de que Bolsonaro estaria tentando evitar uma possível prisão. Até o momento, a informação estava oculta.

O New York Times teve acesso a um vídeo do ex-presidente chegando na embaixada acompanhado de Miklós Halmai, embaixador húngaro. O jornal ainda verificou, através de imagens de satélite, que o carro de Bolsonaro ficou no estacionamento por dois dias.

Veja o vídeo publicado pelo Times

Bolsonaro é investigado por uma série de crimes no Brasil, incluindo uma tentativa de golpe de Estado em 2022, após perder as eleições para Luiz Inácio Lula da Silva. Na semana passada, foi indiciado pelos crimes de associação criminosa e inserção de dados falsos em sistema público, na investigação sobre a falsificação de certificados de vacinas contra a Covid-19.

A Hungria é comandada pelo primeiro-ministro Viktor Orbán, um líder de extrema-direita elogiado por Bolsonaro diversas vezes.

Procurada pelo The New York Times, a embaixada da Hungria no Brasil não se manifestou. Após a publicação da reportagem, os advogados de Bolsonaro confirmaram que ele "passou dois dias hospedado na embaixada da Hungria em Brasília", a convite, "para manter contatos com autoridades do país amigo".

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