No Boletim Focus do Banco Central, os analistas do mercado financeiro elevaram a projeção da dívida pública de 79,75% para 80% do PIB. A indicação do Copom (Comitê de Política Monetária) de reduzir a Selic em 0,25 ponto percentual resultará em um aumento nos custos dos juros da dívida.
Segundo dados do Banco Central, o déficit nominal do Brasil atingiu R$ 998,6 bilhões no acumulado dos 12 meses até março. O menor nível de déficit nominal foi registrado em janeiro de 2021, quando alcançou R$ 1,016 trilhão, no auge da pandemia mundial de coronavírus.
As enchentes no Rio Grande do Sul devem agravar ainda mais os gastos públicos. Os programas sociais e a suspensão do pagamento da dívida do Estado irão aumentar a dívida bruta do governo, que em março alcançou 75,7% do PIB (Produto Interno Bruto).
O resultado nominal considera o balanço entre as receitas e despesas da União, incluindo o pagamento dos juros da dívida bruta. O Congresso aprovou uma proposta do governo para excluir os gastos com o Rio Grande do Sul do cálculo das principais regras fiscais, como o marco fiscal sancionado em agosto de 2023. Portanto, essas despesas não serão contabilizadas na meta de resultado primário, que desconsidera o pagamento dos juros da dívida.