A obtenção de 257 assinaturas para o requerimento de urgência do projeto de lei da anistia não assegura que o texto seja imediatamente pautado pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). Embora o número de assinaturas tenha sido alcançado, a decisão de levar a proposta ao plenário permanece sob a alçada de Motta, que tem outras prioridades em sua agenda e projetos com pedido de urgência já em sua mesa, alguns deles oriundos da gestão anterior do ex-presidente Arthur Lira (PP-AL).
Hugo Motta tem se mostrado cauteloso quanto à pauta da anistia, conversando com interlocutores sobre o tema e expressando sua intenção de não agir sob pressão do Partido Liberal (PL). Ele considera a questão da anistia como muito sensível, alertando que sua inclusão na pauta pode potencialmente exacerbar uma crise institucional entre os Poderes Legislativo e Executivo, o que o leva a adotar uma postura mais conservadora em relação à proposta.
Aliados de Motta argumentam que, se ele ceder à pressão para pautar o requerimento de urgência, poderá perder a confiança e o respeito dos deputados, tornando-se vulnerável a outras demandas semelhantes. Essa dinâmica política sugere que a decisão de pautar o projeto de anistia não é apenas uma questão técnica, mas uma manobra política complexa, refletindo as tensões e as relações de poder dentro da Câmara.
Por outro lado, defensores da anistia acreditam que a pressão popular e a quantidade de assinaturas coletadas conferem à maioria dos deputados o poder de influenciar a pauta da Casa. Essa perspectiva sugere que, apesar das hesitações de Motta, a vontade dos parlamentares pode criar um movimento forte o suficiente para forçar a discussão do tema, desafiando a posição do presidente da Câmara em relação a um assunto que permanece controverso e polarizador.