A ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, rebateu neste sábado, 26 de abril, as declarações do senador Sergio Moro (União-PR), afirmando que o Supremo Tribunal Federal (STF) possui evidências substanciais contra o ex-presidente Fernando Collor, preso na madrugada de sexta-feira (25) por ordem do ministro Alexandre de Moraes. Gleisi destacou que as provas incluem recibos de propina, valores significativos em contas bancárias, carros de luxo e testemunhos convergentes que sustentam as acusações contra Collor.
Moro havia declarado à CNN que a prisão do ex-mandatário representa “uma vitória da lei e da Justiça” e um desdobramento da Operação Lava Jato. Em resposta, Gleisi lembrou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi preso ilegalmente sob circunstâncias manipuladas por um ex-juiz, referindo-se a Moro, que não encontrou evidências de irregularidades financeiras nas contas de Lula e o condenou por “atos indeterminados”. Ela enfatizou que a verdadeira justiça deve ser baseada na verdade, e não em manipulações políticas.
O senador, por sua vez, questionou a ministra sobre seu papel no período em que foi chefe da Casa Civil entre 2011 e 2014, quando Collor supostamente recebeu subornos da BR Distribuidora. Ele insinuou que Gleisi poderia esclarecer por que Collor teve permissão para comandar a empresa durante seu governo. Moro também levantou questões sobre a prisão de Collor, indagando por que outros envolvidos na corrupção da Petrobras ainda estão soltos e criticando a omissão nas notícias relacionadas à responsabilidade de Lula em entregar a BR Distribuidora a Collor.
A prisão de Fernando Collor, determinada na quinta-feira (24), é resultado de uma condenação de 2023, onde ficou comprovado que ele recebeu R$ 20 milhões para favorecer contratos fraudulentos da BR Distribuidora com a UTC Engenharia. Após ser detido no aeroporto de Maceió, Collor passou por uma audiência de custódia e exames no Instituto Médico Legal (IML) antes de ser transferido para o presídio Baldomero Cavalcante de Oliveira, onde cumprirá pena em uma área com celas especiais.