A febre das imagens geradas por inteligência artificial continua movimentando as redes sociais. Após a popularização de versões “estilo Ghibli”, “Simpsons” e “Dragon Ball”, a nova tendência no Brasil é transformar fotos pessoais em desenhos no estilo da clássica Turma da Mônica. No entanto, a prática foi reprovada pela Maurício de Sousa Produções (MSP), que divulgou nota condenando o uso não autorizado da identidade visual de seus personagens.
Segundo a MSP, o uso da linguagem gráfica da Turma da Mônica por ferramentas de IA, como as desenvolvidas pela OpenAI, fere os direitos autorais protegidos pela Lei 9.610/1998. A empresa afirma que não autoriza o uso de seus personagens para esse tipo de conteúdo, especialmente quando pode ser associado a discursos de ódio, desinformação ou ações contrárias aos seus valores.
“Há mais de 60 anos, defendemos a ética e o compromisso com a cultura e agiremos sempre que esses princípios forem desrespeitados”, disse o estúdio em nota oficial. A MSP também fez críticas ao uso da inteligência artificial como substituto da criação artística, destacando que o traço da Turma da Mônica é fruto de décadas de trabalho e sensibilidade humana — algo que um algoritmo não pode replicar integralmente.
A OpenAI, responsável pela tecnologia usada na criação dessas imagens, afirmou que suas produções incluem metadados que indicam origem artificial e cogita implementar uma marca d’água nas imagens para diferenciar do conteúdo original. Contudo, especialistas apontam que isso pode não ser suficiente para atender às exigências legais e éticas dos estúdios detentores dos direitos autorais.
Vale lembrar que essa não é a primeira vez que uma produtora reage ao uso de seus estilos por inteligência artificial. O Studio Ghibli também já se manifestou de forma contrária a essas tendências, reforçando a discussão global sobre o impacto da IA no campo da arte e da propriedade intelectual.