Em partida de estréia, seleção iraniana se recusa a cantar o próprio hino
Jogadores ficaram em silêncio durante a execução do hino iraniano em suporte às recentes manifestações por direitos das mulheres
A estreia da seleção iraniana na Copa do Mundo hoje (21), foi marcada pela manifestação dos jogadores, que se recusaram a cantar o hino do próprio país e se mantiveram em silêncio durante a execução da canção. O protesto dos atletas é uma demonstração de apoio aos manifestantes iranianos que têm protestado contra decisões do governo desde a morte da jovem Mahsa Amini, sob custódia do governo do Irã.

A transmissão do momento em que os jogadores executaram o protesto foi censurada do Irã, assim como imagens de torcedores no estádio segurando muitos cartazes com as cores do país e frases de apoio aos protestos.
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O Irã vive uma onda de protestos intensa desde a morte de Mahsa Amini, de 22 anos. A jovem foi detida pela polícia do país sob acusação de violar regras do uso do ‘hijab’ - tradicional lenço usado pelas mulheres islâmicas - no país, o seu uso é obrigatório desde 1979, quando a revolução trouxe novas autoridades ao poder.
Mahsa estava usando o hijab em público, mas parte de seu cabelo estava amostra e por isso a jovem foi detida pela ‘polícia da moralidade’. Como forma de protesto contra a política de leis violenta contra mulheres, instituída em 79, muitas mulheres usam o hijab de forma “incorreta”, deixando partes do ombro ou cabelo à mostra. Com a prisão e morte de Mahsa, os protestos ganharam intensidade e notoriedade.
Dada a repercussão do momento político que vive o país, a FIFA já esperava expressões e protestos acerca do tema, e aconselhou os atletas e comissões da seleção a se manterem neutros sobre assuntos políticos.
Fonte: Redação portal AZ