Manipulação na série B do Brasileirão: veja como funcionava o esquema
Jogadores recebiam R$ 150 mil para manipularem resultados dos jogos com pênaltis
O ministério público revelou na última terça-feira (14) um esquema de manipulação de resultados em jogos da rodada final da Série B no Campeonato Brasileiro para faturar com apostas esportivas.
Segundo o promotor de Justiça Fernando Martins Cesconetto, havia envolvimento de jogadores profissionais, que deveriam cometer pênaltis no primeiro tempo das partidas para assim manipular os resultados finais dos jogos.
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O Vila Nova, clube onde um dos jogadores suspeitos de participar do golpe atua, fez a denúncia ao Ministério Público. O presidente do Vila, Hugo Jorge Bravo, afirmou que tomou conhecimento do fato por pessoas de fora do clube e que passou a ir atrás dos envolvidos. Hugo Jorge Bravo conversou com Romário e com o suposto agente responsável pelo esquema.

Romário, agora ex-jogador do Vila Nova, e Matheusinho, ex-jogador do Sampaio Corrêa, são dois dos envolvidos. Além deles, segundo o jornal O Popular, também participou do esquema o zagueiro Joseph, do Tombense, e o volante Gabriel Domingos, do Vila Nova, que teria emprestado a conta bancária para Romário receber o adiantamento.

Três jogos da última rodada do campeonato foram identificados como fraude pelo Ministério Público. Vila Nova x Sport, Sampaio Corrêa x Londrina e Criciúma x Tombense, todos pela 38ª rodada da Série B do ano passado, mas ainda há possibilidade de a investigação descobrir outros jogos que foram manipulados durante o torneio.
O esquema
Os jogadores envolvidos deveriam cometer pênaltis no primeiro tempo dos três jogos em questão para que a aposta fosse vencedora. Dos três jogos investigados, apenas em Vila Nova x Sport não houve marcação de pênalti no primeiro tempo, já que Romário não foi escalado para a partida.
“Como no jogo do Vila Nova não houve o pênalti, mas houve o pagamento do sinal (R$ 10 mil) para o jogador envolvido, o apostador passou a cobrar excessivamente o atleta pelo prejuízo causado, já que nos outros jogos houve o pênalti, e os atores envolvidos esperavam receber cada um R$ 150 mil” explicou o promotor de Justiça do Ministério Público de Goiás (MP-GO), Fernando Martins Cesconetto.
Os jogadores recebiam um adiantamento de R$ 10 mil e depois da manipulação consolidada, recebiam outros R$ 140 mil.
Um empresário foi preso temporariamente, em São Paulo, suspeito de ser responsável pelas apostas e de intermediar contatos com jogadores. A investigação isentou os clubes de participação no esquema e vai continuar com análise do material apreendido nas buscas. Existe a suspeita de que jogos disputados já em 2023 também estejam envolvidos em esquemas de manipulação.
Fonte: Com informações do Ge