Atletas que cuidam da saúde mental se destacam em competições

O desempenho de um atleta depende não somente de suas habilidades físicas, mas também de seu estado emocional. Quando a saúde mental de um esportista é negligenciada, seus resultados podem ser comprometidos, independentemente do talento ou dos treinamentos intensos. Em conjunto com técnicos e outros profissionais de uma equipe, a psicologia do esporte fornece ferramentas para que os atletas desenvolvam habilidades como foco e calma sob pressão.

Esportistas estão suscetíveis a desenvolver quadros de sobrecarga emocional e transtornos psicológicos, que afetam a saúde, o bem-estar e, consequentemente, o desempenho. Até mesmo o mais talentoso e habilidoso atleta pode desenvolver problemas de autoestima e doenças como a depressão, a ansiedade ou transtornos alimentares, por exemplo. 

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As competições de qualquer nível, sejam elas de base ou avançadas, nacionais ou internacionais, exigem um preparo do competidor de meses ou até mesmo anos. Nesses casos, o preparo físico é importante para a execução das principais atividades envolvendo o esporte praticado.

Enquanto isso, o preparo mental auxilia a desenvolver outras habilidades fundamentais, como a confiança, a concentração, o gerenciamento da ansiedade e do estresse. Estando emocionalmente preparados para lidar com o ambiente de pressão e de grandes expectativas, os atletas conseguem trabalhar de maneira mais eficaz, colocando em prática aquilo que treinaram.

O trabalho do psicólogo esportivo é, então, aliado de outros profissionais que compõem a equipe de um atleta, como técnico, preparadores físicos, fisioterapeutas e outros. A promoção da saúde mental do atleta auxilia a desbloquear seu potencial, trabalhando a autoestima e autoconfiança, essenciais para a execução de técnicas corretas, o que também pode estar relacionado à prevenção de lesões.

A psicologia esportiva deve ser um instrumento trabalhado desde o início da prática esportiva, a fim de evitar o surgimento de complicações. Quando o atleta cuida de sua saúde mental desde as categorias de base, de maneira preventiva, cria-se mecanismos para lidar com as frustrações ao longo da carreira. O tratamento tardio, após sintomas mais evidentes, torna-se mais custoso para o paciente, que tem seu emocional fragilizado por anos de descuido. 

Além de discutir com o profissional sobre suas inseguranças e questões emocionais, o psicólogo ajuda a trabalhar ferramentas para lidar com a pressão. Dentre os principais mecanismos, está a respiração profunda, que ajuda a acalmar e evitar a ansiedade, e a rotina de relaxamento, para aliviar a tensão e preparar a mente. Outra ferramenta é a atenção plena, que exercita o foco no presente e ajuda a livrar-se dos pensamentos acerca de resultados.

Neste ano, ocorrem os Jogos Olímpicos de Paris, um dos eventos esportivos mais importantes do mundo, tornando o debate acerca do tema ainda mais relevante. A última edição, realizada em Tóquio, em 2021, foi marcada pelo caso da ginasta norte-americana Simone Biles. A atleta, que era uma das favoritas para várias medalhas na ginástica artística, optou por se retirar da competição de vários aparelhos que competia para tratar de sua saúde mental.

De acordo com especialistas, a prática esportiva é uma aliada fundamental para a saúde mental de pessoas de qualquer idade. Várias modalidades, como natação, tiro esportivo com carabina de pressão CO2, corrida, entre outros, exercitam a concentração, aliviam o estresse e a ansiedade. 

Os atletas, no entanto, sofrem com pressão e cobrança excessivas, o que pode desencadear problemas preocupantes, que devem ser examinados por profissionais da psicologia. O tratamento é personalizado para cada indivíduo, desenvolvendo estratégias que o auxiliam a melhorar sua saúde e bem-estar, o que afeta não somente sua performance, mas também sua vida pessoal.

Fonte: Portal AZ