Defasagem poderá fazer trabalhador com apenas 1,5 salário pagar imposto de renda

O teto da faixa de isenção está em R$ 1.903 desde 2015

Por Redação portal AZ,

Trabalhadores que ganhem menos de um salário mínimo e meio podem ter que declarar o temido imposto de renda no ano de 2023. A tabela do IR, que está defasada, prevê isenção apenas para quem recebe até R$ 1.903, valor que não chega a um salário mínimo e meio em 2023. Em 1996, o teto de isenção era para quem recebia até 9 salários mínimos, em 2022, com a recorrente defasagem este valor caiu para 1,57 e em 2023 deve atingir 1,43, trazendo os pobres para o imposto de renda.

Foto: FreepikDinheiro
A tabela do Imposto de Renda não é corrigida desde 2015

O avanço da inflação é um dos fatores que contribuíram para o cenário, com os valores fechando acima do teto esperado a tabela do IR sofre um peso ainda maior.

Na última terça-feira foi divulgado um aumento de 5,74% no IPCA de 2022, o que causou uma defasagem acumulada de 148,1% na tabela do IR em relação à inflação. De acordo com dados do Sindifisco Nacional, nos últimos 24 anos, somente em 5 a correção da tabela foi superior à inflação e a última correção aconteceu há quase 8 anos atrás, em 2015.

Foto: Receita FederalO teto de isenção para 2023 é de apenas R$ 1.903,98
O teto de isenção para 2023 é de apenas R$ 1.903,98

Caso a tabela seja corrigida pela inflação, a faixa para trabalhadores isentos irá saltar dos R$ 1.903,98 para R$ 4.683,95. Se não for corrigida, trabalhadores que excederem o teto da faixa de isenção de R$ 1.903,98 deverão pagar uma parcela dedutível no valor de R$ 142,8.
 
Promessa de campanha
 
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva prometeu durante a campanha eleitoral que a tabela do imposto de renda seria uma de suas mudanças. De acordo com o político, a faixa de isenção seria ampliada para R$ 5.000. Se cumprida, a promessa gera outros problemas com a perda de arrecadação dos tributos que também afetaria estados e municípios, já que cerca de metade da arrecadação é destinada aos prefeitos e governadores.
 
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad sinalizou que a prioridade da equipe tem sido a reforma de impostos indiretos, desta forma a reformulação da tabela pode acabar ficando apenas para o segundo ano de governo.
 
O governo do ex-presidente Jair Bolsonaro chegou a enviar uma proposta de correção da tabela, nela havia previsão de taxação de lucros e dividendos. O texto passou na Câmara, mas ainda aguarda análise do Senado Federal.

Fonte: Com informações do G1

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