Banco Central eleva crescimento do PIB brasileiro para 2,3% em 2024

Economia do Brasil registra aumento considerável no início do ano, com PIB crescendo 0.8%

Por Dominic Ferreira,

O Banco Central (BC) revisou para cima a estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro para este ano, passando de 1,9% para 2,3%. A atualização foi divulgada no relatório de inflação do segundo trimestre, também destacando o crescimento de 0,8% no primeiro trimestre, considerado robusto e superior ao esperado.

Foto: Reprodução/Vosmar Rosa/MPORCapa

No cenário doméstico, o BC observou uma atividade econômica e um mercado de trabalho aquecidos, que contribuíram para a queda no desemprego e o aumento nos salários. "Esses fatores justificaram a revisão para cima da projeção de crescimento do PIB em 2024, de 1,9% para 2,3%. As enchentes no Rio Grande do Sul causaram expressiva queda na atividade econômica gaúcha, mas já há sinais de recuperação”, afirmou o relatório.

Em relação ao cenário externo, o Banco Central manteve uma avaliação cautelosa. O ambiente global adverso continua a exigir prudência dos países emergentes, com incertezas persistentes sobre a flexibilização da política monetária nos Estados Unidos e a velocidade da queda da inflação em diversas economias. “Os bancos centrais das principais economias permanecem determinados em promover a convergência das taxas de inflação para suas metas, em um ambiente marcado por pressões nos mercados de trabalho”, destacou o relatório.

O relatório também abordou as expectativas de inflação. O BC projeta que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fique em 4% em 2024, acima da previsão anterior de 3,5%. Embora a inflação tenha recuado, as expectativas de desancoragem aumentaram. No acumulado de 12 meses, o IPCA caiu de 4,5% em fevereiro para 3,9% em maio. No entanto, o recuo foi menor do que o projetado anteriormente, com alta mais intensa dos alimentos.

As projeções indicam um aumento da inflação no segundo trimestre de 2024, seguido por uma retomada da trajetória de declínio. A inflação acumulada em quatro trimestres, depois de terminar 2023 em 4,6%, está projetada para cair para 4,0% em 2024, 3,4% em 2025, e 3,2% em 2026, frente a uma meta de 3% ao ano, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

O BC destacou que, em comparação com o relatório anterior, as projeções de inflação para 2024 e 2025 aumentaram. A elevação para 2024 foi de 0,5 ponto percentual, e para 2025, de 0,2 ponto percentual. “O aumento resultou principalmente da atividade econômica mais forte que o esperado, que levou a uma elevação no hiato do produto estimado. Contribuíram ainda o aumento das expectativas de inflação, a depreciação cambial, a inércia do aumento da projeção de curto prazo e a utilização de taxa de juros neutra maior. Por outro lado, o aumento da taxa de juros real foi fundamental para evitar um aumento mais significativo na projeção”, concluiu o documento.

Fonte: Agência Brasil

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