Meta é proibida de utilizar dados de brasileiros para inteligência artificial

ANPD determina que empresa responsável pelo Facebook, Instagram e WhatsApp não pode mais utilizar informações de usuários brasileiros em pesquisas

Por Dominic Ferreira,

A Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) anunciou nesta segunda-feira, 2 de julho, uma medida preventiva que proíbe a Meta, empresa responsável pelo Facebook, Instagram e WhatsApp, de utilizar dados de usuários brasileiros para treinar suas plataformas de inteligência artificial (IA). A decisão foi baseada na Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), em vigor desde 2021.

Foto: ReproduçãoMeta
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A ANPD identificou irregularidades na nova política de privacidade da Meta, apontando riscos graves e de difícil reparação aos usuários. A principal preocupação é a falta de transparência da empresa sobre o tratamento dos dados, além de dificuldades impostas aos usuários para impedir a utilização de suas informações pessoais em modelos de linguagem. Também há apreensões quanto ao uso de dados de crianças e adolescentes nas plataformas.

Para a ANPD, a nova diretriz de uso de dados da Meta, implementada no final de junho, não foi amplamente divulgada e foi ativada por padrão para todos os usuários, sem consentimento explícito. A autoridade estabeleceu uma multa diária de R$ 50 mil para o descumprimento da proibição.

A Meta, que também é proprietária do WhatsApp, tem investido em recursos de IA para suas plataformas. Recentemente, a versão Beta do WhatsApp mostrou que fotos originais dos usuários serão usadas para criar modelos personalizados. No entanto, a Meta garante que o chatbot Meta AI, seu assistente de IA, não pode ler mensagens privadas das conversas em que é mencionado, pois o processamento dessas funções ocorre de maneira separada.

Em resposta à decisão da ANPD, a Meta expressou desapontamento e afirmou ser a empresa mais transparente no treinamento de produtos de inteligência artificial.

"Estamos desapontados com a decisão da ANPD. Treinamento de IA não é algo único dos nossos serviços, e somos mais transparentes do que muitos participantes nessa indústria que têm usado conteúdos públicos para treinar seus modelos e produtos. Nossa abordagem cumpre com as leis de privacidade e regulações no Brasil, e continuaremos a trabalhar com a ANPD para endereçar suas dúvidas. Isso é um retrocesso para a inovação e a competitividade no desenvolvimento de IA, e atrasa a chegada de benefícios da IA para as pessoas no Brasil", afirmou a empresa em comunicado.

Fonte: Correio Braziliense

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